Dengue: Ministério da Saúde lança centro de operações e plano de contingência

Nunca os números da dengue no Brasil foram tão altos como em 2024. E para evitar que o surto dessa e de outras arboviroses se repita em 2025, o Ministério da Saúde anunciou medidas de enfrentamento ao mosquito. Será instalado um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses. O planejamento e a resposta coordenada serão realizados em constante diálogo com estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros ministérios.

Prevenção

Em setembro passado o ministério já havia lançado o Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika. Nesta quinta (9), em entrevista coletiva, a Ministra Nísia Trindade reforçou o uso de novas tecnologias para a prevenção da proliferação do mosquito, como o método Wolbachia. A ideia é preparar o país para enfrentar, de maneira adequada, o avanço da doença.

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Enfrentamento

Com a troca de prefeitos e gestores de saúde neste começo de ano, a ministra também falou sobre a importância de reforçar e alinhar ações de prevenção junto a esses gestores, o que será feito dentro das próximas semanas. Gestores de todo o país devem receber essas orientações e seguir o plano de contingência de forma alinhada com as ações federais. 

Um outro componente do Plano, segundo a ministra, é como trabalhar com o cuidado das pessoas. 

“Dengue é uma doença que nós conhecemos, exige um manejo clínico adequado, ou seja, orientações de como se deve tratar as pessoas, uso de medicação que não deve ser feito, hidratação como aspecto essencial. E ao longo do ano passado — com tão grande número de casos — nós vimos que em muitos lugares houve estratégias boas de cuidado que resultaram em evitar as mortes.”

A gestora ainda reforçou que o plano tem como objetivo reduzir casos e óbitos evitáveis por dengue.

Números 

Em 2024 o país bateu recorde de casos e de mortes por dengue. Segundo o Ministério da Saúde, até 28 de dezembro passado foram 6,6 milhões de casos prováveis da doença e 6.022 mortes confirmadas. Outras 1.179 estão sendo investigadas. Só este ano, já são mais de 10 mil casos prováveis e 10 mortes em investigação

A professora de educação física Loane Perdigão, moradora de Brasília, foi uma dessas pessoas. Pegou dengue no começo da epidemia no país, em janeiro passado. Precisou ficar internada para tratar a doença e mudou a opinião sobre a dengue. Viu que pode ser algo perigoso e muito doloroso. 

“É algo que eu nunca tinha sentido, uma dor insuportável no corpo todo, além do mal-estar.” Loane ainda faz um alerta: “Acredito que as pessoas têm que se cuidar, passar repelente, ter cuidado com o lixo, com o armazenamento da água. Se fizermos uma campanha boa, teremos uma redução dos casos de dengue — é o autocuidado e o cuidar dos outros.”
 
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