Cliente da varejista Magalu é chamada de macaca em email

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FRANCISCO LIMA NETO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A cozinheira Susan de Sousa Sena, 35, de São Paulo, diz ter sido vítima de injúria racial depois de realizar biometria facial para atualização de seu cadastro em uma loja da varejista Magalu, no sábado (4).

Ela recebeu um e-mail de confirmação com a mensagem “Olá, Macaca”.

A varejista disse que lamenta o episódio e afirmou que é referência em políticas de diversidade e inclusão.

“No sábado, fiz uma compra de uma máquina de lavar na Magalu. Tinha que atualizar a conta e fiz o reconhecimento facial, comecei a receber os e-mails de confirmação. Não abri nenhum. Hoje, no domingo (5) quando abro o e-mail está escrito ‘olá, Macaca’. No meu cadastro está o meu nome. Em todos os outros e-mails está escrito o meu nome, só nesse de confirmação do meu rosto veio escrito isso”, afirmou em publicação em uma rede social.

Ela afirmou que ficou muito abalada e sem saber como agir.

“Essa injúria racial me feriu profundamente e me lembrou que, infelizmente, vivemos em uma sociedade onde o racismo ainda é uma realidade cruel. Mas eu não vou me calar. Já registrei um boletim de ocorrência e estou tomando todas as medidas legais para que os responsáveis sejam identificados e punidos.”

Susan afirmou que representantes da varejista entraram em contato e disseram que quando o cadastro foi feito, em 2011, um atendente colocou Macaca como sobrenome.

A Secretaria da Segurança Pública afirmou que o caso, em investigação, foi registrado como injúria racial pelo 50° Distrito Policial (Itaim Paulista).

“A vítima, uma mulher de 35 anos, relatou ter feito uma compra pelo aplicativo de uma loja de varejo e ao atualizar seus dados cadastrais recebeu um e-mail com teor racista. A autoridade policial realiza diligências visando à identificação dos responsáveis, bem como o devido esclarecimento dos fatos”, afirmou.

A Magalu afirmou que lamenta profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente e reforça seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação. A empresa disse que o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente, que essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores.

“O cadastro original da cliente foi realizado em 2011, de forma online. Para evitar que casos semelhantes se repitam, a companhia já excluiu o campo “apelido” de seus formulários cadastrais e adotou uma lista de palavras inapropriadas, que passarão a ser vetadas no momento do preenchimento do cadastro”, disse a empresa.

A varejista reforçou que é referência em políticas de diversidade e inclusão e promove, de forma sistemática, ações de conscientização de seus funcionários a respeito desses temas.

“A empresa tem, atualmente, metade do seu quadro de colaboradores formado por profissionais negros, que ocupam 55% dos postos de liderança”, concluiu.

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