O ano de 2024 se encaminha para o final, 2025 está à porta pedindo passagem

2024, ano bissexto, 366 dias, ganhamos um dia a mais para gastarmos do jeito que bem entendêssemos. Particularmente não gosto de anos pares, embora tenha nascido em um, 1958.

Rompi o ano de 2024 a bordo de uma aeronave da companhia United, em voo de Guarulhos, SP para o aeroporto de Newark, Nova Jersey, EUA. Viagem longa em que pisei em três continentes. Além da América do Norte, visitei Amsterdam, Holanda, na Europa; e Shangai, China, na Ásia.

Em abril embarquei novamente para a Europa, agora para a Cidade do Porto, norte de Portugal, para o lançamento do livro “Das muletas fiz asas”, em terras lusitanas.

A convite do amigo Francisco Brandão, embaixador do Maranhão junto à comunidade portenha, e com a ajuda do editor Raimundo Gama, reuni amigos, convidados, familiares e o mestre José Augusto, que saiu de São Luís, atravessou o Atlântico, só para me prestigiar. Por lá palestrei e tive uma concorrida tarde de autógrafos.

Fui notícias em jornais do Porto e na TV da Ilha da Madeira, que visitei pela primeira vez. Passei a escrever para o jornal A Aurora do Lima, de Viana do Castelo, cidade próxima ao Porto, além de contribuir para Novo Jornal, Luanda, Angola.

Iniciei uma série de palestras sobre “Felicidade”, ousadia de um Engenheiro Agrônomo, mais afeito aos números que às letras, que no outono da vida, se descobriu um Forrest Gump, andarilho e contador de histórias.

Palestrei para diferentes plateias: funcionários públicos, alunos de escolas públicas, oficiais do 24 BIS, falando de minha visão de mundo, e minhas andanças pelo mundo, após o grave acidente que sofri em 2003, onde fiquei cinco anos sem caminhar.

Em agosto tomei posse na ABRASCI, Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura. A cerimônia de posse foi na ALERJ, Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Fundada em 1910, no RJ, é uma das mais antigas e renomada Academia de Letras do país.

Em outubro visitei Santiago, Chile, e fiz uma fascinante viagem à Mendonza, Argentina, uma das capitais mundiais do vinho. Em Mendonza fui matéria do principal jornal da região, Los Andes, e depois tive uma crônica publicada no mesmo periódico, em espanhol.

Em dezembro conclui o MBA em Gestão Pública, e em janeiro início outro, agora em Marketing e Publicidade. No primeiro semestre de 2025 concluo o curso de Jornalismo.

Como a vida é feita de ciclos, sempre em movimento, e o tempo não para, em novembro fechei um ciclo de quarenta anos e dez meses. Desafio novo, estar outra vez solteiro.

Às vezes a vida precisa de faxina. De reciclagem.  De ressignificação. De nova direção. Isso inclui fechar algumas portas e dar fim a algumas histórias.

 Nem tudo cabe em na nova etapa de vida, e temos que ser corajosos para abrir mão daquilo que um dia teve significado e hoje não tem mais.

Nem sempre é fácil encerrar um capítulo. Dói, porém, às vezes o capítulo já se encerrou faz tempo, só a gente não percebeu.

“Na vida, antes de tomar qualquer decisão, devemos escutar o silêncio. É nele que as respostas começam a nascer”, do livro “Os Miseráveis” de Victor Hugo.

Estou em silêncio, ruminando pensamentos, diante do vendaval que tomou conta de mim, querendo saber para onde o tempo sopra. Antes de qualquer decisão, há um instante em que o mundo se cala, e a alma, sutilmente, pede licença para falar. É nesse intervalo, entre o último eco e o próximo passo, que reside o silêncio – não como ausência de som, mas como a presença de tudo o que é essencial. O silêncio não é vazio; ele é o espaço onde as perguntas se desdobram e as respostas, tímidas, diante dos fatos que estou vivendo, começam a surgir.

Mas, como a vida me obrigou a ser forte, aprendi com as pancadas a ser resiliente e seguir em frente. “O que não mata, fortifica”, dizia minha saudosa mãe. Tenho pós doc em perrengues, sou movido a desafios. “Ter problemas na vida é inevitável, deixar-se abater por eles é opcional”, sigo meu mantra.

“Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver”, cito Ariano Suassuna

Assim fecho 2024, com conquistas e realizações, e algumas perdas, que logo se transformarão em aprendizado. Avante! A vida não me cansa pois ainda tenho muito para aprender e viver.

Escritor, cronista e viajante. O cidadão mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.

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