Apenas uma cota do futebol supera toda verba de Governo para a Globo em 1 ano

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Semanas atrás, uma matéria da revista Veja apontava que, entre 2023 e 2024, a Rede Globo recebeu 177,2 milhões de reais em publicidade do governo federal por meio da Secretaria de Comunicação (Secom). O montante supera os 177 milhões que o Palácio do Planalto pagou à emissora e suas afiliadas durante a presidência de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022.

Somente em 2024, a Globo já foi agraciada com cerca de 87,2 milhões de reais, valor que supera soma de todas as TVs. A segunda no ranking de emissoras favorecidas é a Record TV , que recebeu 35,8 milhões de reais da Secom neste segundo ano de governo do presidente Lula. Vale destacar que a Record, sob Bolsonaro, liderou em verbas publicitárias entre 2019 e 2020.

Completando o “top 5” das emissoras que mais fecharam contratos com a União, em 2024, aparecem SBT (23,2 milhões), Grupo Bandeirantes (11,7 milhões) e RedeTV! (2,1 milhões).

Muita grana do futebol

Diferentemente do que aconteceu neste ano, os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro – principal competição de futebol nacional – estarão divididos em dois grandes grupos a partir de 2025. Assim, os clubes que estão na Libra fecharam com a Globo um acordo de exclusividade para exibição das partidas em que são mandantes, conforme a Lei do Mandante, sancionada em 2021.

Desse modo, a Globo terá 38 jogos em sua grade na TV aberta e 76 na TV por assinatura. Isso significa que a quantidade de jogos e inserções publicitárias não diminuiu, apenas as opções de escolha de partida.

Já os que estão com a Liga Forte União (LFU) optaram por vender suas partidas em três players: Record, na TV aberta, CazéTV, no YouTube, e Prime Video, no streaming.

A questão é que a Globo já fechou 14 cotas de publicidade para a transmissão de jogos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Com isso, garantiu um faturamento de R$ 2,5 bilhões com os torneios nacionais.

Para TV aberta, a Globo tem oito patrocinadores, em cotas esgotadas, que estão com Itaú, Fiat, Amazon, Ambev, Vivo, Betnacional, Natura e Perdigão. Cada uma delas pagou R$ 269,9 milhões pelo espaço.

Observe que apenas uma cota do futebol, que beira os 270 milhões, supera com folgas a verba publicitária de um ano inteiro do governo federal.

Assim vai por água abaixo aquela história de que a Globo seria “sustentada” pelos cofres públicos. Quem insiste nessa cantinela ou está desinformado ou simplesmente age de má fé.

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A coluna Futebol Etc na edição impressa do Jornal de Brasília, nesta segunda-feira (23/12)

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