Funcionárias da limpeza de escolas estaduais reclamam de salários atrasados em Itapetininga: ‘Estamos de mãos abanando’


Trabalhadoras afetadas procuraram apoio do Ministério do Trabalho e Emprego por conta da falta de pagamento desde o mês passado. Funcionários de escolas estaduais denunciam atraso salarial na região de Itapetininga
Funcionárias responsáveis pela limpeza de escolas estaduais em Itapetininga (SP) denunciaram a falta de pagamento de salários ao Ministério do Trabalho e Emprego. As trabalhadoras alegam que estão sem receber desde novembro.
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Segundo a denúncia, além do salário, benefícios previstos em lei, como férias, vale alimentação e 13º salário, também estão atrasados. Sem dinheiro, muitas funcionárias não estão indo trabalhar. Elas foram contratadas pela empresa HCS Serviços de Limpeza.
Outro relato das funcionárias é de que o fundo de garantia parou de ser depositado desde outubro e, a partir disso, os atrasos começaram.
“A gente avisou a supervisora e a empresa depositou dois meses do valor, mas, mesmo assim, continua com uns quatro ou cinco meses de FGTS atrasado”, afirma Karina Terezinha de Jesus Coelho, ex-funcionária da empresa.
Karina Terezinha de Jesus Coelho é uma das funcionárias prejudicadas com a falta do pagamento
Reprodução/TV TEM
“Eu conversei com uma advogada, que tentou notificar e conversar direto com a empresa. Ela também não obteve nenhuma resposta deles e a supervisora que trabalhava também já se desligou da empresa. Então, infelizmente, a gente não tem mais a quem recorrer”, reforça.
“A gente está na empresa há um ano e um mês, aí, chega no final do ano, e a gente estava contando com décimo terceiro, com férias, e como a gente fica? É complicado, é difícil…”, afirma Karina.
Funcionárias de escolas estaduais aguardam pelo pagamento de empresa de limpeza em Itapetininga
Reprodução/TV TEM
Patrícia Aparecida Rodrigues, auxiliar de limpeza e ex-funcionária, também reclama da situação: “Eles deram um golpe, eles sumiram! Simplesmente iludiram nós até segunda-feira, dizendo que ia cair o pagamento, e nada. A partir de terça-feira, a gente não conseguiu contato. É um prejuízo para nós de quase R$ 6 mil. Tem menina que está levando prejuízo de R$ 7 mil, R$ 8 mil.”
“É constrangedor, desanima… A gente está no prejuízo, mais por conta do valor, pois a gente conta com esse dinheiro no final do ano, mas não sei o que será feito, pois estamos de mãos abanando”, lamenta.
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) está acompanhando o caso
Reprodução/TV TEM
Raquel Machado do Nascimento é mais uma ex-funcionária que também aguarda receber o salário. “É triste, não só para mim, mas para todas as funcionárias da HCS, pois a gente ficou sem pagamento. A gente se dedicou, saiu de casa todos os dias, de manhã [para ir trabalhar], a gente estava cumprindo com a obrigação”, conta.
Há dias, os auxiliares de limpeza estão tentando contato com a empresa para confirmar sobre o pagamento, mas, até agora, não receberam nenhuma resposta: “Todos nós, que trabalhamos o ano inteiro, ficamos felizes no final [do ano] para receber o décimo terceiro e, de repente, sumiu, e a gente queria uma resposta”, finaliza Raquel.
Raquel Machado do Nascimento está trabalhando como motorista de aplicativo para conseguir pagar as contas
Reprodução/ TV TEM
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que o contrato com a empresa HCS será encerrado e, a partir do dia 20 de dezembro, uma nova empresa assumirá o serviço.
Enquanto isso, os funcionários da limpeza de unidades próximas serão remanejados para fazer o trabalho nas escolas afetadas.
Conforme o chefe regional do Ministério do Trabalho, Ubiratan Vieira, um processo de fiscalização da empresa terceirizada já foi iniciado.
A TV TEM tentou contato com a HCS, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve retorno.
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