Haddad diz que intervenção coíbe especulação e dólar vai se acomodar

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LUCAS LEITE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não descartou a possibilidade de que movimentos especulativos estejam promovendo a alta recente do dólar, mas disse acreditar que as intervenções do Banco Central e do Tesouro devem ajudar a acalmar os ânimos.

Na especulação, investidores procuram lucrar com a volatilidade de preços de um ativo, muitas vezes no curtíssimo prazo. Há também decisões tomadas por “robôs” (operações automatizadas), que dão impulso à volatilidade já aumentada.

“Há contatos conosco falando em especulação, inclusive jornalistas respeitáveis falando disso. Eu prefiro trabalhar com os fundamentos, mostrando a consistência do que nós estamos fazendo em proveito do arcabouço fiscal para estabilizar isso”, afirmou o ministro ao ser questionado sobre câmbio nesta quinta-feira (18).

Em entrevista aos jornalistas, Haddad afirmou que não estava “querendo fazer juízo” sobre o tema de uma possível especulação. “A Fazenda trabalha com os fundamentos, e esses movimentos mais especulativos, eles são coibidos com a intervenção do Tesouro e Banco Central.”

O ministro também lembrou que houve outros episódios recentes em que o valor do dólar apresentou altas. “Já houve dias tensos que depois se acomodaram em virtude do desdobramento das medidas tomadas pelo governo.”

Haddad também falou sobre o pacote de ajuste fiscal em tramitação no Congresso Nacional. Para o ministro, não haverá desidratação do projeto.

Nesta terça (17), em um dia de forte estresse no mercado financeiro devido às incertezas sobre as contas públicas, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base de um dos projetos do pacote de contenção de gastos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Nós estamos há três dias conversando com todo mundo. Há aqui e ali uma resistência ou outra, mas a princípio as coisas vão andar”, afirmou.

“É importante manter isso em um patamar próximo do desejo do executivo para que não haja desidratação das medidas. Tudo o que nós precisamos é garantir receita e despesa para cumprir as metas pretendidas e nós estamos atuando nas duas pontas.”

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