Redação da Fuvest pode ficar parecida com Unicamp a partir da próxima edição; veja mais mudanças

Redação da Fuvest pode ficar parecida com Unicamp a partir da próxima ediçãoTaís Ilhéu

A Fuvest anunciou, nesta quarta-feira (18), uma série de mudanças para as provas a partir da próxima edição. Assim como ocorre no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o vestibular da USP (Universidade de São Paulo) passará a agrupar as disciplinas em áreas do conhecimento. Apesar disso, está mantida a cobrança de conteúdos clássicos do Ensino Médio – como compostos orgânicos e inorgânicos em Química, por exemplo, e figuras de linguagem em Língua Portuguesa. Uma das maiores alterações fica por conta da redação, que poderá cobrar diferentes gêneros, como ocorre no vestibular da Unicamp.

O documento completo, detalhando as mudanças, pode ser acessado aqui.

De acordo com a fundação, o vestibular passa a seguir a estrutura:

competencias enem
<span class=”hidden”>–</span>Fuvest/Reprodução

A primeira competência, por exemplo, será:

“Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.”

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Ela abarcará as disciplinas (componentes curriculares) de Educação Física, Arte, Língua Inglesa e Língua Portuguesa. A partir de cada uma dessas disciplinas, serão avaliadas determinadas habilidades dos candidatos.

Quer entender o que muda na prática a partir deste novo formato? Veja abaixo alguns pontos principais.

1. Conteúdo aplicado

Em entrevista à CNN Brasil, o diretor da Fuvest, Gustavo Monaco, reforçou que a Fuvest, reconhecida como um dos vestibulares mais desafiadores, não deixará de cobrar conteúdo. O que acontece, no entanto, é que este conteúdo será cobrado de forma aplicada.

Isso significa que as questões colocarão problemas cotidianos e da sociedade diante do candidatos, e eles terão que aplicar os conhecimentos nas diversas áreas para chegar a uma resposta.

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2. Áreas do conhecimento, e não disciplinas

Aqui, sim, temos um ponto em comum com o Enem: os candidatos não encontrarão mais uma Fuvest dividida por disciplinas, e sim por áreas do conhecimento:

  • Linguagens (Arte, Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa);
  • Matemática e suas tecnologias;
  • Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Física, Química e Biologia);
  • Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (História, Geografia, Filosofia e Sociologia).

3. Prova mais interdisciplinar

A exemplo do que já vinha ocorrendo nas últimas edições, a Fuvest deve elaborar uma prova ainda mais interdisciplinar. Na área de Ciências da Natureza, por exemplo, os candidatos podem mobilizar em uma única questão conhecimentos de Química e Física, ou então de Biologia e Química.

+ “Interdisciplinaridade na 1ª fase veio para ficar”, diz diretor da Fuvest

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4. Número de questões está mantido (por enquanto)

Um documento da Fuvest que circulou no ano passado ventilava a possibilidade de alteração no formato das provas, mudando inclusive o número de questões na primeira fase. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, a vice-reitora da USP, Maria Arminda Arruda, afirmou que este ponto ainda estaria em aberto e seria definido pela universidade em 2025.

À CNN, no entanto, o diretor da Fuvest reforçou que as 90 questões de múltipla escolha na primeira fase serão mantidas.

5. Redação pode mudar radicalmente

O documento divulgado pela fundação nesta quarta-feira (18) afirma que a redação “explorará as Habilidades elencadas para a prova de Linguagens e suas Tecnologias”, e pode ter uma importante guinada ao cobrar a elaboração de mais de um gênero textual, com “traços composicionais distintos daqueles esperados nas dissertações tradicionais”.

Em outras palavras, isso significa que a Fuvest poderá cobrar outros gêneros além da tradicional dissertação-argumentativa que aparece na prova há décadas. Com isso, se aproximaria mais do vestibular da Unicamp, que hoje explora formatos como cartas, manifestos, roteiros e outros.

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