Gorila desembarca no Aeroporto de Guarulhos e segue para Belo Horizonte

Um esquema especial que contou com a atuação de auditores fiscais federais agropecuários de dois Estados e do Distrito Federal foi fundamental para a chegada segura de um gorila ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Bu-Bu, um macho de 27 anos, mais de 2 metros e 180 kg, veio da Hungria e seguiu para o Zoológico de Belo Horizonte (MG), onde passará a integrar os programas de conservação e bem-estar animal da instituição.

Bu-Bu ficará de quarentena durante 30 ou 40 dias, sem contato com os visitantes. Só depois desse período será possível visitá-lo no zoológico. O tempo é necessário para ambientação do animal após a longa viagem de mais de 48 horas, que contou com uma escala na Turquia.

Para que a viagem acontecesse, uma equipe de auditores fiscais federais agropecuários foi responsável por verificar as condições de saúde do animal, bem como todos os protocolos de transporte exigidos por normas nacionais e internacionais. Essa inspeção minuciosa é essencial para garantir não apenas o bem-estar do gorila, mas também a segurança sanitária do país, prevenindo a entrada de doenças e zoonoses.

O trabalho dos auditores fiscais do Vigiagro – Vigilância Agropecuária Internacional, do Ministério da Agricultura e Pecuária, começou bem antes da viagem de Bu-Bu. Foi necessário um trâmite documental, com análises do Certificado Veterinário e a Licença de Importação, que teve anuência de profissionais da pasta e do Ibama.

Em Guarulhos, todo o processo foi avaliado 48 horas antes da previsão de chegada do animal. Os trabalhos foram organizados com o objetivo de garantir celeridade ao processo, assim como para que a inspeção física fosse realizada preservando ao máximo o bem-estar de Bu-Bu.

“Foram necessários ajustes no manejo da gaiola contentora do animal, assim como a suspensão dos trabalhos com as empilhadeiras na área destinada ao descanso e inspeção física do gorila no terminal de cargas, devido ao estresse auditivo que provocavam nele. Foi uma longa viagem da Hungria ao Brasil, somando mais de 48 horas de aéreo, com uma parada na metade do caminho, onde fez conexão na Turquia para receber alimentação e água. Por mais que o bem-estar dele estivesse sempre na prioridade, sabemos como é potencialmente estressante um confinamento e mudanças repentinas de rotina e ambiente”, destacou a auditora fiscal federal agropecuária Isabel Poubel, que é médica veterinária e atua no aeroporto de Guarulhos.

Ela acompanhou todo o processo de desembarque, que levou cerca de seis horas e terminou na madrugada desta sexta-feira (13). Na presença do veterinário responsável pelos cuidados do Bu-bu, ele foi observado pelas grades internas. A inspeção de saúde física incluiu avaliação comportamental e de hábitos fisiológicos, como a alimentação e hidratação, que foram bem aceitas pelo animal.

“A partir do momento que eu tive a confirmação das condições de saúde do animal e tendo em vista que toda a parte documental já estava avaliada e conforme, agilizei o mais rápido possível a autorização de entrada no país e emiti a Guia de Trânsito para que ele pudesse dar seguimento rumo ao destino final, Belo Horizonte”, destacou a auditora fiscal federal agropecuária.

No destino

Além dos cuidados com a viagem de Bu-Bu, servidores do Mapa também acompanharam a reforma do local para onde o animal foi levado. O recinto original de gorilas (área de manejo/cambiamento) passou por várias adaptações, seguindo as mais modernas técnicas e conceitos de segurança e bem-estar específicos para a espécie. Neste primeiro momento, ele irá para uma área de quarentena para animais de grande porte.

Para o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), a chegada de Bu-Bu é mais um exemplo da importância da atuação dos profissionais da carreira. Isto porque a viagem de um animal como este envolve uma série de cuidados, assegurando que todos os parâmetros sanitários e de bem-estar animal sejam cumpridos. Para isto, são necessários servidores de diversas partes do Brasil, que carecem de valorização profissional e melhores condições de trabalho.

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