Intercâmbio entre empresas e mercado externo, porto seco de Bauru registra aumento de mais de 100% nas exportações

Dados são de janeiro a setembro deste ano e comparados com o mesmo período de 2023. Grãos e produtos agrícolas estão entre as principais mercadorias exportadas. Porto Seco de Bauru registrou aumento de 115% nas exportações até setembro
O porto seco de Bauru (SP) vai fechar o ano de 2024 com um balanço positivo. Só de janeiro a setembro deste ano, o aumento das exportações foi de mais de 100%. O entreposto também funciona como uma estação aduaneira. Além de escoar a produção, faz a documentação das mercadorias da região que vão para o mercado externo.
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O porto seco é um entreposto entre produtores, empresas, indústrias da região e o mercado externo. É por onde as mercadorias passam antes de serem exportadas, e também por onde elas chegam ao centro-oeste paulista.
O local também é chamado de estação aduaneira do interior, porque eles cuidam de toda documentação e liberação dos produtos junto à Receita Federal. A mercadoria viaja em containers. Do interior, elas saem de caminhão até o Porto de Santos (SP) e, de lá, seguem o caminho pelo mar.
O porto é operado via concessão por uma empresa. No balanço de janeiro a setembro deste ano, o porto registrou um grande aumento nas exportações em relação a 2023. O crescimento foi de 15% nos grãos e 115% dos produtos que são armazenados.
Produtos viajam em contêineres até o porto de Santos
Reprodução/TV TEM
“Os grandes investimentos que foram feitos aqui é na armazenagem dos nossos produtos, então nós verticalizamos toda a armazenagem, trouxemos estruturas possibilitarias. A gente tem um crescimento muito grande e capacidade de receber e também pensando muito em meio ambiente. Hoje a gente está investindo em renovar todo o nosso parque de máquinas, então estamos passando todas as máquinas para elétricas. Nós estamos tentando ter um olhar no todo para conseguir entregar esse desenvolvimento, mas também vamos pensar em sustentabilidade”, afirma o gerente André Luiz Lozigia.
O porto atende atualmente 250 clientes, movimentando uma média de 15 mil contêineres por ano. Durante o período que ficam no galpão, os produtos não pagam imposto, o que é um outro atrativo. O terminal atende municípios em um raio de 350 quilômetros. O gerente diz que os números do porto acabam sendo um reflexo da economia regional.
“A nossa região vem se desenvolvendo muito bem, então já existia essa demanda e a gente teve uma resposta muito boa do mercado. Então trouxemos esses investimentos e essas melhorias de infraestrutura, e a resposta foi muito rápida. Nesses três trimestres, nesse curto período, pudemos observar um crescimento muito grande do uso do porto seco em Bauru”, completa.
Produtos exportados
Entre os produtos que a região mais exportou pelo porto seco em 2024 estão mercadorias agrícolas como amendoim, limão, avocado, batata doce, além de doces e balas que são fabricados.
Uma das maiores plantações de avocado do estado de SP, um dos produtos mais exportados no porto seco, fica em Bauru.
São milhares de pés que abastecem os mercados interno e externo. A fruta, da família do abacate, é muito apreciada na culinária. Gerente administrativa da empresa, Shirlei Gomes explica que a colheita mesmo ocorre entre fevereiro e julho.
Eles vendem a fruta in natura e também a polpa. Do total da produção, 85% são exportados e a América Latina e a Europa são os principais mercados. Neste ano, só essa empresa encheu 246 contêineres no porto seco.
“Assim, a gente já tem uma garantia de que, provavelmente, nós não vamos ficar aguardando tanto tempo, nem colocando em risco a nossa cultura”, destaca.
Porto seco de Bauru também é utilizado como depósito dos produtos
Reprodução/TV TEM
Importados
Já entre os produtos importados estão peças para automação industrial como máquinas e equipamentos, além de insumos agrícolas.
Joaquim Mendes Júnior é CEO de uma empresa que utiliza o porto para comprar peças eletrônicas. A empresa fica no distrito industrial de Bauru, e atua no mercado de automação e robótica.
As peças que eles importam vêm de Taiwan e, neste ano, graças ao aquecimento do mercado, aumentaram as compras em 48%.
A empresa aproveita a estrutura do porto como um verdadeiro estoque, e só descarrega os produtos quando precisa revender. As projeções para o ano que vem são animadoras.
“Nós temos uma perspectiva de crescimento do uso do porto de cerca de 30%. Já temos uma meta definida e o mercado está bom para nossa indústria, então a gente tem essa expectativa de aumento de pelo menos 30% no uso do porto seco”, destaca o CEO.
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