Ministros indicados por Bolsonaro se dividem em voto sobre Moraes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques votou para manter Alexandre de Moraes como relator do inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado. Com isso, o placar final do julgamento ficou 9 x 1. Entre os indiciados está Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente que indicou Nunes Marques à Corte máxima do País.

Apenas o ministro André Mendonça votou a favor do pedido da defesa de Bolsonaro, o que denota um divisão entre os ministros bolsonaristas no Supremo. Mendonça também foi indicado pelo ex-presidente, para o Supremo, assim como Nunes Marques.

‘Interessado’

Os defensores do ex-presidente apontavam conflito de interesses para tentar excluir Mores do comando do caso e de outros relacionados ao ex-presidente, alegando que ele seria parte ou diretamente interessado no caso.

Nunes Marques concordou com o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e outros sete ministros, que consideraram essa alegação sem fundamento. Segundo ele, “a simples alegação de que Moraes seria vítima dos delitos em apuração não conduz ao automático impedimento para a relatoria do caso”.

Alexandre de Moraes não votou, devido a seu envolvimento pessoal com o caso.

Bolsonaro foi indiciado, até aqui, em três investigações. Além da organização de um golpe para impedir a posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, ele também foi enquadrado pela Polícia Federal por indícios de apropriação indevida de joias oferecidas pelo governo da Arábia Saudita e por fraude em cartões de vacina a seu benefício e de seus aliados.

Estadão Conteúdo

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