Capitão da PM suspeito de envolvimento no assassinato de casal é solto pela Justiça


Decisão é assinada pelo juiz Breno Jorge Portela Silva Coutinho da 2ª Vara Criminal do Tribunal do Júri. Helton John Silva de Souza, de 48 anos, deve cumprir medidas cautelares. Capitão Helton John Silva de Souza, de 48 anos, era chefe da segurança do governador de Roraima
Arquivo pessoal
O capitão da Polícia Militar Helton John Silva de Souza, de 48 anos, preso desde maio por suspeita de envolvimento no assassinato do casal de agricultores Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57, foi solto nesta terça-feira (22). Ele deve cumprir medidas cautelares (veja quais mais abaixo).
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A decisão é assinada pelo juiz Breno Jorge Portela Silva Coutinho da 2ª Vara Criminal do Tribunal do Júri. Capitão Helton é amigo do produtor rural Caio de Medeiros Porto, um dos investigados por matar o casal, e estava com os executores no dia do crime, segundo a Polícia Civil. Porto segue foragido.
O juiz concedeu liberdade provisória à Helton John com aplicação das seguintes medidas cautelares:
Proibição de ausentar-se, sem prévia autorização judicial;
Comparecer perante o juízo todas as vezes em que for chamado ou intimado para atos processuais;
Proibição de manter contato com os investigados e com as testemunhas na presente ação penal, por qualquer meio de comunicação ou pessoalmente.
No dia do assassinato, o capitão ocupava a função de coordenador da equipe de segurança do governador do estado, conforme investigação da Polícia Civil que a Rede Amazônica teve acesso. Mas, seis dias depois do ataque ao casal, foi afastado e colocado à disposição da Polícia Militar.
A suspeita de que Helton estava com Caio no dia dos disparos surgiu de uma gravação feita por Flávia antes de ser baleada. Umas das vozes captadas, conforme a investigação, era a dele.
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No dia do crime, ele chegou em casa, contou para a esposa que aconteceu “algo grave que vai se resolver”, tomou banho, teve uma crise de choro, fez uma oração e foi para o futevôlei. Ele estava com a arma do crime.
O capitão, durante o depoimento dado no dia 28 de junho, confessou ter escondido na própria casa a arma usada no assassinato do casal de agricultores. Após isso, investigadores foram até a casa dele e encontraram a arma escondida no forro do banheiro.
Ele afirmou ainda que, no dia do crime, ligou para o comandante-geral da corporação, coronel Miramilton Goiano, e foi orientado a se desfazer do próprio celular.
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Na audiência desta terça-feira, o juiz ouviu sete testemunhas indicadas pela defesa de John. Também foram ouvidos os envolvidos Genivaldo Lopes e Johhny de Almeida.
Morte do casal em Surrão
O crime contra o casal aconteceu em uma terça-feira, no dia 23 de abril, na vicinal do Surrão, na propriedade do casal. Jânio Bonfim morreu no dia do ataque. Já a esposa, Flávia, ficou internada em estado grave, mas não resistiu e morreu no Hospital Geral de Roraima (HGR).
A disputa por terras, conforme investigação da Polícia Civil, ocorreu porque Caio passou a exigir que Jânio parasse a construção de uma cerca alegando que a obra estava entrando na terra dele. A obra era feita nos fundos da propriedade de Jânio, localizada na Gleba Tacutu, município de Cantá.
Flávia Guilarducci e Jânio Bonfim foram baleados após ter a casa onde viviam invadida por quatro homens, em Roraima.
Arquivo pessoal
Antes de ser baleada, Flávia gravou as vozes dos suspeitos quando eles chegaram na propriedade e capturou toda a discussão e o ataque a ela e o marido. Foi por meio dessa gravação que a Polícia Civil conseguiu identificar os autores do crime, incluindo o empresário Caio e o capitão Helton.
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