Sabores da floresta e saberes ancentrais em alimentos que promovem a floresta em pé

Produtos sustentáveis

Esta semana estive participando em Manaus da terceira edição do Festival de Investimento de impacto e negócios sustentáveis da Amazônia – FIINSA.

Este festival é realizado pelo Idesam (Instituto de conservação e desenvolvimento sustentável do Amazonas, e o Impact Hub Manaus. E acontece a cada dois anos em Manaus, movimentando cerca de 900 pessoas interessadas em saber mais sobre os negócios sustentáveis da Amazônia e investidores interessados em investimentos de impacto.

O Idesam é uma organização não governamental sem fins lucrativos que busca a valorização e o uso sustentável dos recursos naturais na Amazônia, propondo alternativas para a conservação ambiental, o desenvolvimento social e a mitigação das mudanças climáticas.

Os recursos financeiros do instituto são obtidos por meio de editais e contratos de pesquisas, mais informações acessem o site: http://idesam.org.br

O Impact Hub, faz parte de uma rede global de impacto, e tem a missão de criar caminhos que impulsionem novos jeitos de fazer negócios, gerando grandes mudanças positivas.

Fiquei muito impressionada com todo o evento, que foi totalmente pensando para mostrar a Amazônia para amazônidas e de outros locais, para que vivenciássemos a cultura, os sabores, os saberes e com respeito ambiental.  É preciso viver o FIINSA para entender o que se pretende com um festival de negócios e investimentos com um jeito regional, mas descontraído na sua organização dos painéis que iniciavam pela manhã e se estendia até as 18 horas.

Foi pensado na alimentação das pessoas que estavam no evento e não teriam tempo para se deslocar, pois foi no Studio 5 que fica próximo ao Distrito industrial, as comidinhas dos intervalos, os almoços e até lanche foram feitos pela Cozinha Boca da Mata, um projeto que nasceu no primeiro bairro indígena de Manaus, o Parque das Tribos, para alimentar as pessoas que viviam no local durante a pandemia.  A cozinha é apoiada pela Gastromotiva e pelo Instituto Acariquara.

A coordenação da cozinha solidária é feita por Renata Peixe-boi, que pertence ao povo mura. Foram servidos bolo doce, salgado, banana frita, muitas frutas nos lanches, tudo servido com embalagens sustentáveis, para o almoço teve arroz, feijão, num dia tambaqui no outro pirarucu, teve mojica de tambaqui, pratos veganos feitos com carne de jaca, tudo pensado com muito carinho e com os sabores amazônicos.

Os fornecedores do evento mostram muito sobre o planejamento e construção desse projeto. Então, as refeições ficaram por conta das mulheres da cozinha boca da mata. O crachá feito pelas empresas Datribu e Sapopema; as bolsas ecológicas da Bossapack e Yanciã; copos da Fipo Biopallets; o café durante todo o evento foi da Apuí Agroflorestal.

Mas o que mais chamou atenção foi a cenografia feita pela Casarão de Ideias para todos os espaços. Além de sinalização (algo que não se vê muito nos eventos, mas super necessário); teve espaço para coworking feito com uma tenda de mosquiteiro e que comportava até 3 pessoas; um redário para as pessoas descansarem, um local com experiências sensoriais; e o mercado Amazônia com 48 marcas nas áreas de alimentação, cosmética, vestuário, biojóias, que estão transformando a floresta em uma potência econômica.

Na área de alimentos muitas marcas estão unindo inovação, pertencimento e sustentabilidade.

Uma dessas marcas é a Manioca de Belém, que utilizo nas minhas receitas e divulgo há anos, são farinhas de mandioca e tapioca, tucupi amarelo, farofas, granola, tucupi preto que agora se chama shoyo da Amazônia, querem saber mais, acessem @maniocabrasil.

Conheci também a Deveras Amazônia de Santarém, que transformaram saberes em sabores, com produtos com ingredientes da floresta. São conservas como da Vitória-Régia; geleias de camu-camu, tucupi, pimentas, flor de jambu, entre outras; licores, café de açaí e cupulate, @deveras_amazonia.

O Mahta – nutrição regenerativa da floresta, que tem na sua linha produtos, chamados superfoods, são 14 super alimentos amazônicos que eles trabalham na versão em pó como o leite de castanha do Brasil em pó; o Mahta Coffee que é um café funcional com guaraná e outros ingredientes amazônicos, em duas versões tradicional e cacau; os superfoods em pó com os sabores cacau selvagem ou açaí e camu-camu, @mahta.bio

E para finalizar, Amazônia Smart Food de Manaus, que traz comida vegana, saudável e gostosa como apresentam seus produtos. No seu portfólio tem os congelados como hamburguer de tucumã, almondega e linguiça de açaí; mas também tem uma linha de liofilizados de açaí e de tucumã, @amazoniasmartfood.

Ainda tinham shot de imunidade elaborados com ingredientes amazônicos, chocolates de várias regiões amazônicos e com sabores únicos, sucos, molhos de pimenta, farinhas com indicação geográfica, talharim vegano de açaí ou de tucumã, mel de abelhas sem ferrão, gim com ingredientes amazônicos, licores, cachaças compostas, café, muitos produtos maravilhosos, saborosos e que mantem a floresta em pé.

Já está na hora de olharmos para os ingredientes da floresta e assim movimentar uma rede de pessoas que protegem a floresta e que resgatam saberes, além de transformar em uma fonte de renda para tantas famílias amazônicas.

A FIINSA acontece em 2026, mas vamos movimentar a economia da floresta e fortalecer esses negócios sustentáveis e que tem um grande impacto na preservação do meio ambiente, da cultura e dos povos que habitam esse gigante bioma denominado Amazônia.

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