Florianópolis registra queda nos casos de HIV/Aids

Com uma oferta variada de ferramentas para a prevenção e tratamento ao HIV, a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis tem conseguido inverter a curva de casos no município: entre 2019 e 2023, houve redução de 30% nos novos casos de infecção pelo vírus e 33% nos casos de aids. As ações se pautam na Prevenção Combinada, uma estratégia de saúde pública que integra múltiplos métodos de prevenção ao HIV, adaptados às necessidades específicas de diferentes populações e contextos.

Essa abordagem inclui o uso de preservativos, testagem regular para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), profilaxia pré-exposição (PrEP), profilaxia pós-exposição (PEP), tratamento antirretroviral para pessoas vivendo com HIV visando à supressão viral, além de ações de redução de danos e intervenções comportamentais e estruturais. O objetivo é ampliar as formas de intervenção para atender às necessidades e possibilidades de cada pessoa e evitar novas infecções pelo HIV, hepatites virais e outras ISTs.

Dados de outubro de 2024, mostram que, desde 2018, 4.866 pessoas iniciaram o uso da PrEP na Capital, um medicamento que reduz as chances de infecção pelo HIV em 99%. Atualmente, 2.681 pessoas estão em uso regular da profilaxia. “Com esse número, Florianópolis tem uma taxa de 465 usuários da PrEP a cada 100 mil habitantes, mais que o dobro da taxa da cidade de São Paulo, por exemplo, que é de 223 usuários. Um indicador que coloca Floripa na vanguarda pela luta por uma geração livre de HIV/aids”, explica o Coordenador do Departamento de Gestão da Clínica da Secretaria Municipal de Saúde e médico de família, Ronaldo Zonta.

Em relação aos cuidados com o pré-natal e saúde infantil, a taxa de transmissão vertical de HIV – passagem de mãe para filho – vem reduzindo progressivamente, chegando a zero em 2023 e se mantendo em 2024. O panorama reflete que cuidados adequados nesta fase da vida podem permitir gestações saudáveis nestas mulheres.

Adicionalmente, houve redução de 7% na taxa de mortalidade por aids em Florianópolis no período. “Embora se observe tendência de redução, esta queda ainda é discreta e sinaliza que o desafio no enfrentamento da doença continua, apesar dos bons resultados dos últimos anos”, pontua Zonta.

Campanha Dezembro Vermelho

No domingo, 01 de dezembro, inicia em todo o país a campanha Dezembro Vermelho, uma mobilização que tem como objetivo chamar atenção para as medidas de prevenção, tratamento e o combate ao estigma do HIV/aids, além dos cuidados necessários com outras infecções sexualmente transmissíveis – ISTs. A data foi instituída em 1988, Organização Mundial da Saúde, como a primeira data internacional dedicada à saúde global.

Em Florianópolis, as atividades relacionadas ao mês iniciam já neste final de semana, dias 29 e 30 de novembro, das 19h às 21h, com ação de abordagem e orientação sobre prevenção combinada de HIV e outras ISTs,  distribuição de preservativos e informativos no Centro Leste, no Centro da Capital. A atividade é organizada pela organização da sociedade civil ACONTECE, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e outras organizações com atuação no combate ao HIV/aids.

Na segunda-feira, 02, no Centro, em frente ao Terminal de Integração do Centro – Ticen, das 12h às 17h, profissionais da saúde, representantes de organizações sociais, instituições de ensino e ativistas vão dialogar com o público acerca das medidas de prevenção, levando em consideração a metodologia da Prevenção Combinada, que preconiza, entre outras coisas, a testagem regular, o uso de preservativos e a Profilaxia Pré-Exposição – PrEP como ferramentas essenciais no enfrentamento ao vírus.

Os envolvidos farão jogos interativos com os interessados para estimular e disseminar informações corretas sobre o HIV/aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A ideia é abordar todos os tipos de público, já que qualquer pessoa está sujeita à infecção pelo HIV. Kits de prevenção com preservativos e autotestes de HIV serão distribuídos durante a ação, junto com cards informativos.

“Mesmo com os avanços, a luta contra o HIV/aids ainda enfrenta diversas barreiras e desafios, principalmente relacionadas ao estigma, preconceito e desinformação. Apesar da aids ter sido estigmatizada como “doença de gays e travestis”, atualmente tem tido um aumento de novos casos de HIV e mortalidade por aids entre  heterossexuais, um público que ainda precisa ter mais informações sobre os novos e mais modernos métodos de prevenção e tratamento. Conhecer esses novos métodos de prevenção para impedir a infecção, assim como testar-se regularmente para descobrir  a infecção  precocemente e iniciar o tratamento, são aspectos essenciais para garantir a qualidade da saúde. Sensibilizar os diferentes públicos impacta nesses resultados”, finaliza Zonta.

Com informações de PMF.

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