Moana 2: entre as ondas da ação e a ausência da magia original

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Após quase uma década, Moana retorna, mas sua sequência não consegue capturar o brilho do original. A narrativa é previsível e falha em explorar novas ideias. Embora a animação seja visualmente impressionante, falta a ousadia e a profundidade emocional que marcaram o primeiro filme. A ausência de riscos criativos enfraquece a experiência. O resultado é uma continuação tecnicamente impecável, mas sem a magia que conquistou o público na primeira aventura.

Na sequência acompanhamos o reencontro de Moana e Maui para uma nova aventura pelos mares. Passados três anos desde a última jornada marítima, um chamado de seus ancestrais leva a jovem polinésia Moana de volta para águas perigosas e distantes da Oceania com um grupo improvável de marinheiros. Com a ajuda também do semideus Maui, ela deve quebrar uma maldição terrível que um deus cruel e com sede de poder colocou sobre uma das ilhas de seu povo. Nessa grandiosa missão, Moana e sua equipe vão desbravar novos territórios e enfrentar velhos e novos inimigos, como monstros marítimos, feitiços e deuses do mal. Tudo isso em busca de reconectar sua nação e assegurar a paz dos oceanos.

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Foto: Divulgação/Walt Disney Studios 

A produção, que aposta mais na ação do que no desenvolvimento pessoal da protagonista, acompanha Moana em uma busca que ecoa temas já explorados. A aventura inclui criaturas gigantes, aliados excêntricos e batalhas de tirar o fôlego, como o confronto com um molusco colossal e o embate contra Nalo, apresentado como uma força devastadora. Embora seja eletrizante, o enredo é previsível e parece montado para atingir marcos familiares, sem grandes inovações narrativas.

Um dos pontos que se destacam negativamente são as músicas. Sem Lin-Manuel Miranda, a trilha assinada por Abigail Barlow e Emily Bear entrega faixas que, embora animadas, não conseguem capturar a essência marcante do antecessor. Números como “Beyond” e “Get Lost” soam agradáveis, mas carecem do impacto emocional e da memorização imediata de canções como “How Far I’ll Go”. A ausência de canções realmente memoráveis diminui o impacto musical do longa, que tanto contribuiu para o sucesso de “Moana”.

Os novos diretores, David G. Derrick Jr., Jason Hand e Dana Ledoux Miller, asseguram que a produção mantenha um ritmo visual dinâmico, mas o mesmo não pode ser dito dos personagens secundários. Companheiros como Loto, Kele e Moni têm funções quase caricaturais, pouco acrescentando à jornada de Moana. Mesmo Maui (Dwayne Johnson), com seu habitual carisma, parece limitado em uma trama que recicla piadas e situações.

Enquanto o primeiro filme se destacava por sua conexão com a mitologia polinésia e pela originalidade, “Moana 2” sofre com a sensação de déjà-vu. Apesar de momentos visuais impressionantes e da energia inegável, a sequência não atinge a profundidade esperada. A escolha de transformar o projeto, inicialmente concebido como uma série, em um longa-metragem parece ter prejudicado o desenvolvimento de seus elementos narrativos.

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Foto: Divulgação/Walt Disney Studios 

A animação mantém o padrão técnico elevado da Disney, com cenários vibrantes e uma fluidez impressionante nos movimentos, garantindo que cada cena seja visualmente cativante. As águas cristalinas e as criaturas míticas são renderizadas com um nível de detalhe que evidencia o avanço da tecnologia desde o primeiro longa. As sequências são dinâmicas e bem coreografadas, criando um espetáculo visual que mantém os olhos do público atentos do início ao fim.

Conclusão

Apesar das falhas, “Moana 2” não é desprovido de encantos. É uma experiência visualmente rica, com humor acessível e ação cativante, especialmente para o público infantil. No entanto, para os fãs que esperavam uma nova exploração do espírito ousado de Moana, a sequência revela uma viagem segura, mas incapaz de navegar para águas mais profundas.

Confira o trailer: 

Ficha Técnica
Direção:
David G. Derrick Jr., Jason Hand, Dana Ledoux Miller;
Roteiro: Jared Bush, Dana Ledoux Miller;
Gênero: Animação, Musical, Fantasia;
Duração: 100 minutos;
Distribuição: Walt Disney Studios Motion Pictures;
Classificação indicativa: Livre;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z

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