Fundos Soberanos e o Brasil

fundo soberano

Atualmente, os Fundos Soberanos no mundo inteiro, que são públicos, administram cerca de US$ 50 trilhões, o equivalente à metade do PIB mundial. Esta poupança, que deverá atingir US$ 70 trilhões em 2030, está dividida em três grandes grupos: (i) o maior deles, com US$ 23,1 trilhões, é o dos Fundos Públicos de Pensão (FPPs); (ii) o segundo, com US$ 15,4 trilhões, são os Bancos Centrais (BCs) e (iii) o terceiro, com US$ 11,2 trilhões, são os Fundos Soberanos de Riqueza (FSRs).

Os maiores Fundos Soberanos, FPPs e FSRs, estão na Noruega, China, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Emirados Árabes, Singapura, Arábia Saudita e Kuwait (observem a importância dos países da Ásia/Oriente Médio). Alguns deles já investem no Brasil.

Estes fundos, num ambiente mundial mais incerto e com taxas de juros mais elevadas, estão tentando diversificar seus investimentos rumo a setores menos voláteis e cíclicos, como os ativos de infraestrutura.

Tem havido direcionamento de investimentos para a infraestrutura digital, incluindo torres de telecomunicações e data centers, transição energética, armazenamento e eficiência energética e logística de transportes (estradas, aeroportos e portos).

Num mundo cada vez mais protecionista (ainda mais agora com a eleição do Trump), é preciso aproveitar as oportunidades que estão aí. O Brasil, com sua matriz energética bastante limpa (condição indispensável para a descarbonização, produção de hidrogênio verde, etc.), geopolítica favorável, carência de infraestrutura, demanda promissora e democracia consolidada, está bem nesta foto.

Já somos um dos celeiros do mundo, pois lideramos a produção e exportação de vários alimentos. Se fizermos bem nosso dever de casa e alcançarmos o status de “Investment Grade”, também poderemos ser um importante polo de atração de investimentos em infraestrutura, indústria e serviços.

Roberto Figueiredo Guimarães, diretor da ABDIB e ex-secretário do Tesouro Nacional

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