Países precisam se preparar para choques com mais prudência em seus orçamentos, diz chefe do FMI

NATHALIA GARCIA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

O mundo está mais propenso a choques, e os países precisam se preparar para esse cenário com mais prudência em seus orçamentos, diz a diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, em entrevista à reportagem, no Rio de Janeiro, às margens da cúpula do G20.

A receita para o equilíbrio das contas públicas, segundo ela, não é diferente do planejamento de um orçamento familiar. “Certifique-se de usar o dinheiro público de forma eficiente para necessidades públicas prioritárias, mas também para investimentos públicos que promovam crescimento. Quando tomar empréstimos, faça isso de forma prudente”, diz.

Quanto ao desempenho do Brasil, avalia que o país “está indo bem, mas pode fazer melhor” e vê investimentos em oportunidades de crescimento verde como uma possibilidade de alavancar ainda mais o potencial econômico brasileiro.

Ao analisar o cenário econômico, a chefe do FMI fala sem atropelar as palavras, construindo de forma cuidadosa sua linha de argumentação. No médio prazo, mostra preocupação com a combinação de alto endividamento dos países e baixo crescimento. De acordo com estimativa do órgão, a dívida global deve ultrapassar US$ 100 trilhões neste ano e continuar crescendo até 2030.

Georgieva defende que os países se concentrem em reformas para melhorar suas expectativas de crescimento e pede cuidado com ações que possam fragmentar ainda mais a economia global. “Mais protecionismo em um mundo onde o crescimento é baixo é como jogar água fria nessas já anêmicas perspectivas”, afirma.

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