Harrods recebe mais de 250 pedidos de indenização por agressões sexuais cometidas por Mohamed Al Fayed

O empresário egípcio Mohamed Al-Fayed morreu no ano passadoShaun Curry

SHAUN CURRY

Mais de 250 pessoas contataram a loja de departamentos londrina Harrods em um mês para negociar um acordo amistoso após acusações de estupro e agressão sexual contra seu ex-proprietário, Mohamed Al Fayed, informou a empresa nesta terça-feira (22).

Al Fayed era pai de Dodi, companheiro de Lady Di, que morreu com a princesa em um acidente de carro na França, em setembro de 1997.

Depois que a ex-jogadora do Fulham, Ronnie Gibbons, acusou Al Fayed de agressões sexuais no início dos anos 2000, na semana passada, uma nova suposta vítima se juntou à lista nesta terça-feira: Bianca Gascoigne, filha do ex-jogador de futebol inglês Paul Gascoigne, que disse à Sky News ter sido sexualmente agredida pelo empresário egípcio.

Contratada pela Harrods aos 16 anos, ela descreveu o empresário como “encantador”. Ele lhe oferecia presentes quando ela ia às compras com os pais, o que lhe dava uma “falsa sensação de segurança em relação àquela figura paterna”.

Uma vez contratada, Al Fayed supostamente a apalpou e a forçou a beijá-lo durante as reuniões semanais.

Em certa ocasião, ele teria exposto seus órgãos genitais e segurado a mão da adolescente, tentando “guiá-la até suas partes íntimas”, segundo Gascoigne, hoje com 37 anos. “Quando isso não funcionou, ele tentou empurrar minha cabeça em direção às suas coxas”, acrescentou, observando que conseguiu se afastar.

Mohamed Al Fayed, empresário egípcio bilionário, dono da loja de departamentos e do clube de futebol Fulham, comprado em 1997, morreu no ano passado aos 94 anos sem ter enfrentado acusações.

Desde 2023, a Harrods “resolveu uma série de litígios com mulheres que acusaram Al Fayed de agressões sexuais no passado”, afirmou a loja em comunicado.

Al Fayed foi proprietário da Harrods de 1985 a 2010.

“Desde a transmissão do documentário da BBC”, em 19 de setembro, no qual cinco mulheres o acusam de estupro e várias outras de agressão sexual, “mais de 250 pessoas estão agora em negociações com a Harrods para chegar a um acordo diretamente com a empresa”, observou.

No total, as agressões atribuídas a Mohamed Al Fayed na Harrods, assim como no Ritz e no clube de futebol, teriam ocorrido durante um período de quase trinta anos, entre 1979 e 2013, segundo a polícia.

A equipe de advogados “Justice for Harrods Survivors” (Justiça para Sobreviventes da Harrods, em tradução livre) disse à AFP em 11 de outubro que representa 116 mulheres de todo o mundo, algumas das quais eram menores de idade na época dos fatos.

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