Mulher foi estrangulada é encontrada morta próxima ao carro incendiado

A cremação da assistente social Bertha Victoria Kalva Soares, 27 anos, foi realizada no último domingo (24), no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga. Bertha foi morta encontrada morta na sexta-feira (22), em Ceilândia. Édison Sousa de Nascimento, 35 anos, foi preso em flagrante pela 19a Delegacia de Polícia, suspeito de cometer o crime.

O suspeito foi encontrado pelas equipes policiais no último sábado (23) no Condomínio Bela Vista, em Ceilândia.

Segundo as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o crime ocorreu no dia 22, após o autor ter conhecido a vítima três dias antes e ter simulado uma relação de amizade com a mesma. Trocas de mensagens com a vítima e depoimentos de testemunhas comprovam que ela e o autor do crime haviam se conhecido há apenas três dias.

De acordo com as informações policiais, o criminoso teria cometido feminicídio por estrangulamento dentro do carro da vítima, um Fiat Uno Mille prata. Em seguida, Édison ateou fogo no veículo, que foi deixado nas proximidades do local onde o corpo foi encontrado por populares, que acionaram o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

Amigos e familiares se despediram da vítima

Leticia Cristina Leandro Neves, jornalista, 26 anos, é amiga de infância de Bertha. “Está sendo muito dolorido para nós, principalmente pela forma como aconteceu”. Entretanto, Leticia considera que vai guardar as lembranças felizes da amiga, como a alegria e companheirismo que ela demonstrava. “Nossas mães são amigas há quase trinta anos e nós crescemos juntas”. Para Letícia, a família e os amigos esperam que a justiça seja feita e que o assassino de Bertha pague de verdade pelos crimes que cometeu. “Que as autoridades pensem muito bem antes de soltar ele novamente. Espero que ele pague tudo de ruim que fez para Bertha e para todos nós”.

Bertha era assistente social, mas Letícia comentou que a força da vítima estava na luta contra o feminicídio e a violência contra a mulher. “Ela estava lutando da forma que podia pela conquista dos nossos direitos”. Por isso, Letícia afirmou de maneira emocionada, que está sendo muito difícil para todos que a viram se tornar a mulher forte que ela era.

A artista brasiliense, Dree-K, amiga de Bertha, conheceu a vítima na faculdade e cinco anos depois, com uma relação tão familiar, ela está sentindo uma dor irreparável. “Nos conhecemos quando ela se encontrou no serviço social, que é a cara dela”. Dree contou que Bertha era uma amiga muito presente, que vibrava pelas conquistas de quem ela amava. “Ela ia em todos os meus shows e ansiava pelas músicas”.

As duas mantinham um contato quase que diário e eram muito próximas. “Estava até acordado que nós íamos nos encontrar essa semana, para que eu pudesse conhecer a esposa. Ela me dizia: você vai conhecer a mulher da minha vida”. A cantora tem muito orgulho da mulher guerreira, estudiosa e trabalhadora que Bertha era.

Para Dree, foi um caso de “lesbocidio”, muito mais do que um feminicídio. “Mais uma vida ceifada e minha amiga virou estatística. Mas ela vai ser vingada e a justiça vai ser feita da melhor forma possivel”. Dree frisou que Bertha sempre foi aberta a acreditar nas pessoas sem malícia. “Então esse cara se aproximou dela e fingiu uma amizade. Ela foi empatica e humana, mas não teve noção do risco”.

Bertha estava indo até a uma distribuidora, que de acordo com Dree, era um lugar que a vítima sempre costumava frequentar. Mas neste dia, na sexta-feira (22), Édison pediu carona para ela, por morar perto da vítima. “O assassino tentou a violentar, ela resistiu e foi morta”. Dree esta convicta que foi essa a dinamica do tragico assassinato, mas não sabe afirmar se Édison conseguiu a assediar e espera que não o tenha feito. “Ele queimou o carro para tirar as digitais e jogou o corpo dela na mata”.

Dree apontou que Édison já tem um histórico de tentativa de estupro e feminicidio contra uma mulher em 2012. “Ele inclusive usava uma tornozeleira eletrônica, pois estava em liberdade condicional. Ele deve ter usado uma calça para esconder isso da Bertha”.

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