‘Mais uma COP fracassa’, diz a ativista Greta Thunberg

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A ativista sueca Greta Thunberg avaliou como um “completo desastre” e uma “traição” o rascunho de acordo sobre financiamento climático divulgado nesta sexta-feira (22) em Baku, no Azerbaijão, onde ainda está em andamento da COP29 (29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática).

“No momento em que as reuniões climáticas da COP29 estão chegando ao fim, não chega a surpreender o fato de mais uma COP ter fracassado”, escreveu na rede social X (antigo Twitter). “O rascunho atual é um completo desastre. Mas mesmo que as nossas expectativas estejam perto de nulas, nós não podemos jamais reagir a essas contínuas traições senão com raiva”, completou.

Thunberg argumentou que os líderes mundiais estão “prestes a concordar com uma sentença de morte a inúmeras pessoas cujas vidas serão arruinadas pela crise climática”. Para ela, o rascunho desta sexta-feira está “cheio de falsas soluções e vazio em promessas”.

O último rascunho trouxe, no capítulo do financiamento climático, o compromisso de os países ricos desembolsarem US$ 250 bilhões ao ano para projetos de transição energética, mitigação e adaptação aos efeitos do aquecimento global nos países em desenvolvimento e pobres.

O valor representa menos de um quinto de US$ 1,3 trilhão, a cifra demandada. Também não chega a corrigir monetariamente o montante em vigor até 2025, de US$ 100 bilhões anuais até 2025.

A expectativa é de um acordo que atenda às exigências do mundo em desenvolvimento neste final de semana. A rigor, a COP29 já encerrou seu calendário, mas as negociações continuam enquanto as estruturas secundárias da conferência são desmontadas.

Greta Thunberg criticou especialmente a escolha do Azerbaijão como sede da COP29 ao qualificá-lo como um “petroestado repressivo e autoritário” empenhado na “limpeza étnica e em atos de genocídio” contra os armênios. Acusou também o governo azeri de silenciar a sociedade civil durante a conferência.

Mas foi mais incisiva em seu ataque aos líderes mundiais. “Os processos das COPs não apenas nos decepcionando. Eles fazem parte de um enorme sistema construído sobre a injustiça e desenhado para sacrificar a atual e as futuras gerações para assegurar as oportunidades de lucros inimagináveis de uns poucos e continuar a explorar as pessoas e o planeta”, escreveu.

A ativista, que não esteve presente em Baku para a COP29, concluiu que as lideranças mundiais não farão nada pela humanidade. A conferência atual, diz ela, é a prova.

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