Pedro Smania dispara contra a FCF: “Que apoio a Federação dá para nós? Nenhum!”

O diretor executivo do Hercílio Luz, Pedro Smania, participou do programa Central do Esporte desta quinta-feira (21), na Rádio Cidade Tubarão, e fez duras críticas à Federação Catarinense de Futebol (FCF). Ele abordou temas como a condução do arbitral, o regulamento do Catarinense 2025 e a falta de diálogo com os clubes, especialmente os menores.

Com falas contundentes, Smania destacou a postura da FCF e de alguns clubes maiores, que, segundo ele, buscam impor decisões que favorecem apenas uma parte das equipes.

“Tentamos evitar confrontos com a Federação, procuramos não usar palavras fortes, mas a situação é complicada. Existem clubes que, junto com a Federação, tentam conduzir o campeonato de forma que favoreça apenas eles. Precisamos nos defender e adotar uma postura firme, defendendo nossos interesses e os dos outros clubes que também investem no futebol catarinense”, afirmou o executivo hercilista.

Smania também criticou a proposta inicial da FCF para o Catarinense 2025, que previa dois grupos de seis clubes, torneios paralelos e até três rebaixamentos. A fórmula foi rejeitada após articulação entre clubes menores, como Hercílio Luz e Caravaggio.

“Era uma proposta ridícula, sem sentido. Estava na estrada, liguei imediatamente para Nei Rama e Moisés, do Caravaggio, para desarticular isso. A proposta era apresentada de forma sorrateira, tentando induzir os clubes a aceitarem um modelo de dois chaveamentos. Com dois chaveamentos, seriam dois rebaixados; com turno único, três rebaixados. Mas como rebaixar três clubes se, no ano seguinte, seria necessário repetir a fórmula? Isso resultaria em uma competição com apenas nove equipes, algo completamente inadmissível e sem sentido”, revelou Smania.

O dirigente também cobrou respeito da FCF aos clubes menores. “Por mais que existam clubes com mais títulos, estamos todos no mesmo campeonato. Não concordamos com a maneira como fomos tratados e vamos brigar por isso sempre que for necessário. Não aceitamos um calendário que favoreça apenas dois ou três clubes”, pontuou.

Pedro Smania relembrou ainda a falta de apoio da Federação Catarinense durante a Série D do Brasileiro, quando o clube tubaronense precisou de ajuda para manter o jogo contra o Avenida para a mesma data, permitindo um período de descanso aos atletas após uma sequência de cinco jogos intercalados. Segundo ele, a Federação Catarinense sequer respondeu aos pedidos do Hercílio Luz. Já a Federação Gaúcha conseguiu a antecipação do jogo para o meio de semana, auxiliando na logística do clube gaúcho. “A resposta disso é simples. Os três gaúchos classificaram, os três catarinenses não”, recorda.

O dirigente pediu mais união entre as equipes de Santa Catarina. “Precisamos tomar a frente e buscar apoio. A Federação é nossa entidade master e deve estar ao nosso lado”, ponderou.

Sobre a reunião que definiu o regulamento, Smania revelou insatisfação com a falta de debate. “No dia do arbitral, eles apresentam dois calendários e tendem a favorecer o pior, porque era o melhor para os grandes. Graças a Deus, conseguimos convencer Brusque e Joinville a votar conosco na opção menos ruim”, ressalta.

Sobre o planejamento do clube para 2025, Pedro Smania confirmou as saídas do lateral-direito Gustavo Café e do atacante Caio Mancha. Ele também afirma que o clube negocia a compra em definitivo do zagueiro Leonan e do atacante Vinícius Popó junto ao Capivariano.

Sem citar nomes, Smania também confirmou a contratação do novo técnico e a negociação com um auxiliar. A reapresentação do Hercílio Luz está marcada para segunda-feira (25), no Aníbal Costa.

Confira a entrevista na íntegra:

 

Outros tópicos da entrevista com Pedro Smania:

Vistoria no Aníbal Costa

Situação do gramado:

— Espero que a Federação Catarinense mantenha um critério igual para todos. O problema da troca de gramados não é exclusivo do Hercílio Luz. Santa Catarina inteira enfrenta essa dificuldade. Não há gramados disponíveis para compra de São Paulo ao Rio Grande do Sul antes de fevereiro. É uma situação que afeta clubes como a Chapecoense também.

Laudos do estádio:

— Todos os demais laudos já estão regularizados. O que falta ajustar são os banheiros da área visitante e melhorar o gramado. Porém, mesmo buscando alternativas em diversos estados, não há fornecedores com entrega imediata. A Federação precisa considerar isso em sua avaliação, principalmente após vermos situações como o gramado da final da Copa Santa Catarina, em Concórdia.

VAR

Modelo da utilização da ferramenta:

— A maioria decidiu que o clube mandante será o responsável por solicitar e pagar pelo VAR. Isso cria um desequilíbrio, pois um clube com maior poder aquisitivo pode escolher usá-lo em jogos específicos, enquanto outros não têm essa opção.

Custos do VAR:

— A Federação Catarinense deveria custear o VAR em todas as partidas do campeonato. Se não há recursos para isso, o ideal seria utilizá-lo apenas em semifinais e finais. O atual formato impacta diretamente a tabela de classificação e gera desigualdade entre os clubes.

Prejuízo técnico:

— Quando um jogo tem VAR e outro não, decisões importantes podem ser afetadas. Isso interfere diretamente na competitividade da competição. É preciso pensar na justiça para todos.

Regulamento do Catarinense 2025

Pedro Smania mostrou insatisfação com o regulamento aprovado para a próxima edição do Campeonato Catarinense.

— Não consigo acreditar que algum clube avalie essa fórmula como ideal. Teremos apenas 11 jogos na primeira fase e uma semifinal única, tudo para ajustar o calendário às transmissões de TV. Perdemos datas importantes que poderiam fortalecer a competição.

Impacto financeiro das mudanças:

— Será que o valor repassado aos clubes das cotas de TV vale mais que alguns jogos em casa, com torcida nas arquibancadas, cidade movimentada e clube ativo com jogadores em campo?

Diálogo entre os clubes e a Federação:

— O Campeonato Catarinense precisa ser mais equilibrado e justo, sem beneficiar um grupo específico de equipes. Só conseguiremos isso com mais transparência e uma visão coletiva.

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