“Da Terra que Somos”: arte e natureza em transformação no Museu da República

Nesta quinta-feira (21/11), às 19h, o Museu Nacional da República recebe a abertura da exposição “Da Terra que Somos”, da artista Sonia Dias Souza. Com curadoria e texto crítico de Agnaldo Farias, a mostra explora a transformação da natureza e a complexa relação do ser humano com o meio ambiente, levando o público a refletir sobre nosso papel no universo e a urgência da preservação planetária, especialmente em tempos de crise climática crescente.

Sonia Dias Souza, conhecida por sua capacidade de unir ciência e mitologia, convida os visitantes a uma experiência imersiva e simbólica. Suas obras, profundamente enraizadas em disciplinas como Física, Biologia e cosmogonias antigas, abordam temas universais como criação, ciclos de vida e regeneração, propondo uma nova maneira de compreender a conexão entre natureza, arte e espiritualidade.

A mostra destaca a materialidade e a forma em peças que evocam organismos biológicos e forças cósmicas. Utilizando cores marcantes como o marrom terroso e o azul profundo, suas criações evocam a vastidão do cosmos e os mistérios do sangue e da vida. Uma das obras em destaque, “O sangue não tem cor”, composta por esferas de feltro que lembram hemácias, provoca reflexões sobre o impacto do antropoceno e questões contemporâneas de identidade e raça. Já em “Vórtice”, círculos de terra formam um triângulo invertido, remetendo ao arquétipo feminino e simbolizando a fecundidade e transformação.

Com um diálogo entre o efêmero e o eterno, o natural e o artificial, a exposição promete uma experiência única. A obra “Magna”, por exemplo, apresenta mais de uma centena de seios de argila negra conectados a ovos vermelhos, aludindo à nutrição e criação, reforçando o papel da arte como ponte entre o passado e o futuro da vida no planeta.

Sobre a artista

Sonia Dias Souza, advogada formada pela USP, migrou para o campo artístico em 2015 após uma viagem inspiradora à Índia. Desde então, sua obra interdisciplinar busca conectar memórias ancestrais e contemporâneas. Sua primeira exposição individual, “Radical”, no Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, já apontava para suas reflexões profundas sobre a condição humana, utilizando sementes de lótus como símbolo de vida e superação.

Hoje, Sonia traz ao público uma nova chance de mergulhar em sua visão singular sobre a vida e o cosmos, com obras que exigem do espectador a disposição para decifrar seus símbolos e mergulhar em questões existenciais profundas.

“Da Terra que Somos” – Sonia Dias Souza
Abertura nesta quinta (21/11), às 19h. Período de visitação: até 17 de fevereiro de 2025, de terça a domingo, das 9h às 18h30, no Museu Nacional da República, Setor Cultural Sul. Entrada gratuita.