Comandante do Hamas morto era funcionário da ONU desde 2022, diz Israel

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

As Forças de Defesa de Israel anunciaram a morte de um dos comandantes do Hamas que também apontaram como funcionário da UNRWA, a Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos.

Morte de Mohammad Abu Itiwi foi anunciada nesta quinta-feira (24). Ele era comandante da Nukhba (força de elite do grupo extremista Hamas).

Ele foi morto em um ataque aéreo na quarta-feira (23) na Faixa de Gaza. Segundo as Forças de Defesa israelenses, o comandante estava envolvido no atentado de 7 de outubro contra Israel. “Durante o 7 de outubro, Itiwi comandou o ataque a um abrigo antiaéreo perto de Re’im, para onde os participantes do festival Nova tinham fugido”, diz anúncio.

Comandante do Hamas também era funcionário da ONU, diz Israel. Documentos publicados pelo exército israelense mostram que Mohammad Abu Itiwi era funcionário da UNRWA desde julho de 2022. “Ao longo da guerra, Abu Itiwi realizou numerosos ataques às tropas das IDF que operavam na Faixa de Gaza”, segundo a IDF.

Exército de Israel diz que pediu esclarecimentos de altos funcionários da ONU. O comunicado destaca ainda que Tel Aviv pediu uma investigação “urgente” sobre o envolvimento de funcionários da UNRWA no atentado de 7 de outubro.

Morte em operação conjunta. O porta-voz do exército de Israel, Daniel Hagari, afirmou que Itiwi foi morto em uma operação conjunta com a ISA (Agência de Segurança de Israel).

“Esta noite, confirmamos que, numa operação conjunta com a ISA, eliminamos o terrorista da Nukhba que liderou o massacre no abrigo antiaéreo de Re’im, onde foram assassinados e raptados israelenses, incluindo jovens que participavam no festival Nova. Ironicamente e horrivelmente, este terrorista também trabalhou para a UNRWA”, declarou.

A ONU ainda não se pronunciou sobre a acusação. Essa não é a primeira vez que funcionários da agência são acusados de envolvimento no atentado de 7 de outubro de 2023. Em agosto deste ano, as Nações Unidas afirmaram que nove funcionários da sua agência para os Refugiados Palestinos “podem estar envolvidos” no ataque no sul de Israel perpetrado pelo Hamas.

“Temos informações suficientes para tomarmos as medidas que estamos tomando – ou seja, a demissão destes nove indivíduos”, disse o porta-voz da ONU, Farhan Haq, no dia 5 de agosto.

ISRAEL DIZ TER PROVAS DE LIGAÇÃO DE JORNALISTAS DE TV COM HAMAS E HEZBOLLAH

Nesta semana, Israel acusou jornalistas da Al-Jazeera. O exército disse ter encontrado documentos que comprovariam a ligação de seis jornalistas da rede de TV Al Jazeera com Hamas e Hezbollah. A emissora do Catar negou as acusações.

Israel expôs fotos e identidades de profissionais suspeitos nas redes sociais. A IDF afirma que, entre os documentos encontrados em Gaza, estão tabelas de pessoal, listas de cursos de treinamento para terroristas, listas telefônicas e documentos salariais para terroristas.

Documentos servem como prova de ligação entre grupos e jornalistas da Al Jazeera, do Catar, segundo os militares. Em comunicado, a emissora disse que as acusações feitas por Israel são “infundadas e fabricadas”. “A rede vê essas acusações fabricadas como uma tentativa flagrante de silenciar os poucos jornalistas restantes na região, obscurecendo assim as duras realidades da guerra do público em todo o mundo”, afirmou.

Benjamin Netanyahu já havia determinado o fechamento dos escritórios e o confisco dos equipamentos da emissora árabe, em Tel Aviv, em maio. Na ocasião, o ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, disse que “não haveria liberdade de expressão para porta-vozes do Hamas”.

Forças israelenses invadiram escritório do canal noticioso em setembro. A invasão ocorreu na cidade de Ramallah, na Cisjordânia. Os militares emitiram uma ordem militar para encerrar as operações da Al Jazeera no local. Toda a ação foi transmitida ao vivo pela própria emissora.

Al Jazeera acusa Israel de cometer “ato criminoso” nos dois episódios. O canal também afirmou que o governo de Israel também quer esconder a cobertura os atos cometidos na guerra contra o Hamas, na Palestina.

“A Al Jazeera rejeita categoricamente a representação das forças de ocupação israelenses de nossos jornalistas como terroristas e denuncia o uso de evidências fabricadas. A rede afirma que seus jornalistas estão apenas cumprindo seus deveres profissionais, documentando e relatando o impacto devastador da guerra nos dois milhões de civis da Faixa”, afirma trecho da nota divulgada pela Al Jazeera.

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