O destino dos ucranianos determinará o da UE, diz Borrell

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, afirmou, nesta terça-feira (19), que o destino do bloco depende do destino dos ucranianos e estes são “irresponsáveis” a ameaça russa de responder a ataques com armas nucleares.

“A guerra contra a Ucrânia afetará diretamente nossos valores e princípios. O destino dos ucranianos determinará o da UE”, disse Borrell no final de uma reunião dos ministros da Defesa dos países do bloco.

Por esta razão, disse Borrell, se a Rússia vencer a guerra contra a Ucrânia, “pagaremos uma conta muito alta, muito mais cara do que qualquer ajuda militar que possamos pagar”.

Borrell descreveu como “irresponsável” a ameaça da Rússia de responder com armas nucleares no caso de seu território ser atacado com armas de longo alcance fornecidas à Ucrânia por aliados ocidentais.

“Esta não é a primeira vez que ameaçam uma escalada nuclear, o que é completamente irresponsável. A Rússia subscreveu o princípio de que uma guerra nuclear não pode ser vencida e, portanto, nunca deve ser travada”, disse Borrell.

“Qualquer apelo à guerra nuclear é irresponsável. Temos que chamá-lo pelo que realmente é”, disse o diplomata.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta terça-feira um decreto que amplia as possibilidades de uso de armas atômicas.

A reforma da doutrina de Defesa Russa considera que ataques massivos ao país com armas convencionais, mas apoiados por uma potência nuclear, poderiam ser vistos como uma agressão que justifica uma resposta.

Putin assinou esse decreto na data que marcou mil dias desde a invasão russa ao território da Ucrânia.

“O fato de terem anunciado esta atualização da sua doutrina nuclear, coincidindo com o milésimo dia [da guerra] da Rússia contra a Ucrânia, tem algo de simbólico”, disse Borrell.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse nesta terça-feira no Rio de Janeiro que o ataque lançado pela Ucrânia contra o território russo, com mísseis ATACMS americanos de longo alcance, abriu uma “nova fase” no conflito.

© Agence France-Presse

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