Química, geografia e biologia: o que estudar sobre garimpo ilegal e terras indígenas para o vestibular


Veja como tema pode aparecer nas disciplinas na segunda fase da Unicamp, no Enem e em outros vestibulares. Rio poluído por mercúrio na Terra Yanomami
Alexandro Pereira/Rede Amazônica
As invasões a terras indígenas e o garimpo ilegal, que devastou quatro campos de futebol por dia em 2023 nas terras Yanomami, Kayapó e Munduruku, segundo dados do Greenpeace, podem aparecer como temas em variadas disciplinas dos vestibulares deste ano, inclusive em questões de química.
👉 Depois da primeira fase da Unicamp, realizada no último dia 20, o foco agora são as provas da segunda fase, que acontecem nos dias 1 e 2 de dezembro, do Enem, marcado para os dias 3 e 10 de novembro, e de outros vestibulares como da Fuvest, em 17 de novembro.
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“Na química, temos os impactos e degradação provocados pela utilização ilegal do mercúrio na extração do ouro, que é amplamente usado pelo garimpo ilegal e com elevado potencial de poluir rios, solo, atmosfera e os Yanomamis, trazendo inúmeras consequências neurológicas a curto e longo prazo”, explica o professor de geografia Fábio Bacchiegga.
Fábio destaca que todos os temas que remetem direta ou indiretamente à região Amazônica merecem um estudo mais atento por parte dos vestibulandos, já que se trata de um assunto forte nas provas. Ele orienta que os estudantes fiquem de olho porque, além da química, o assunto também pode aparecer em questões de geografia, sociologia e biologia.
“Nos últimos anos, a Amazônia vem assumindo centralidade no debate político e ambiental brasileiro, como na escolha de Belém para ser a sede da COP 30 no próximo ano ou no debate sobre a exploração de petróleo na zona da foz do Amazonas, colocando Petrobras e Ibama em posições divergentes do debate público”.
Veja a seguir as apostas do professor para essas disciplinas e o tema das invasões de terras indígenas:
Geografia
Nas questões de geografia, as provas dos vestibulares podem abordar:
temáticas como conflitos socioambientais, envolvendo garimpeiros e indígenas;
relação controversas entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental;
debate sobre os problemas fundiários e da posse das áreas nativas;
análise sobre a exploração minerária na região ou impactos socioambientais da mineração em geral e de ouro.
Sociologia
Nas questões de sociologia, os candidatos podem ser convidados a pensar sobre:
questão étnica e direitos indígenas no Brasil, como a criação de órgãos representativos, como a Funai ou o recente Ministério dos Povos Originários;
análise sobre a importância das terras indígenas para a preservação da cultura de seus povos;
debate sobre as culturas e comunidades tradicionais amazônicas;
debate sobre histórico das lutas dos povos indígenas.
Biologia
Quando se trata de biologia nas provas do vestibular, as questões relacionadas à Amazônia e ao garimpo podem aparecer da seguinte forma:
aspectos naturais e ecológicos da Floresta Amazônica como um todo, além de como a degradação, provocada pelo garimpo, atinge o meio natural florestado em particular;
dinâmicas ecológicas globais, num contexto de mudanças climáticas.
O professor orienta ainda sobre a importância dos estudantes observarem a Amazônia como um agente político.
“E todos seus atores, desde os que promovem a preservação, como os indígenas, até os responsáveis pela degradação, como os garimpeiros, são elementos importantes para entendermos a complexa estrutura socioambiental desta região tão central da geopolítica ambiental global”, conclui.
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