Com nova estrutura e fôlego renovado, o Porão do Rock 2025 marcou um ponto de virada para os festivais da capital. Após a segunda noite de shows, no sábado (24), no estacionamento da Arena BRB, o evento consolidou sua nova fase e mostrou por que Brasília segue sendo referência nacional quando o assunto é rock.
A apresentação arrebatadora do BaianaSystem roubou a cena e mostrou como a mistura entre o rock e o afoxé pode resultar em uma experiência sonora única. “A gente, graças a Deus, tem vindo muito a Brasília e sempre encontra um público que nos conhece — e outro novo, chegando. Brasília tem essa tradição embrionária com o rock, por isso sempre é um show especial”, apontou Roberto Barreto, idealizador do grupo.

O Porão ainda trouxe a aguardada apresentação dos norte-americanos do Stone Temple Pilots, atração principal da noite de encerramento, que emocionou os fãs mais antigos. Na sequência, o peso do Matanza Ritual fechou a noite com energia de sobra.

Com três palcos em plena atividade, o festival reuniu nomes consagrados e artistas em ascensão. The Mönics e Guizão deram um show de potência e carisma, reforçando que o rock segue se renovando. Também marcaram presença artistas como Terno Rei, Cezar Degraf e Alexia, reforçando a proposta do evento de reunir diferentes gerações e sonoridades.
“A gente está muito feliz. Seguimos um plano de pular um ano para estruturar tudo e simplesmente ‘chicou’. Foi check, check, check”, comemorou Gustavo Sá, idealizador do Porão.

Os novos sócios do festival, Ivan Hauer e Bruno Barra, da Agência Flap, também celebraram os resultados. “O desafio era devolver o Porão ao lugar que ele merece, pela sua história. Agora é só subir”, destacou Hauer. “O Porão é protagonista do gênero no país. E a base disso são as seletivas. Está no nosso DNA, e é assim que vamos expandir para o Brasil inteiro”, completou Barra.
Pé na porta com voz feminina
A força da nova geração ficou evidente logo nos primeiros acordes. A banda The Mönics, formada por mulheres, incendiou o público com performance intensa. “Tocamos juntas há sete anos, mais dez na vida. Criamos uma festa chamada ‘Não tem banda com mina’ e sempre levamos outras bandas com mulheres ao palco. Em cada cidade, tentamos vender essa ideia para apoiar a cena local”, contou a vocalista e guitarrista Ale Labelle — que, em um momento catártico, se jogou na plateia e levou os fãs ao delírio.
Representando a nova cara do rock brasiliense, Guizão colocou a galera pra pular. “Brasília precisava disso: alguém que mostrasse como somos de verdade. Eu levo um pouco da cidade comigo, pois sou daqui”, afirmou, destacando o papel do festival em consolidá-lo como um “artista pronto”.
Outro destaque da cena local, Cezar Degraf fez sua estreia no palco Sesc com casa cheia. “Foi uma experiência incrível. Essa estrutura é o que vamos levar para São Paulo, em 14 de junho, junto com outras bandas locais”, anunciou.
Veteranos em casa

Figurinhas carimbadas da cena indie, Terno Rei e Menores Atos reuniram fãs de todas as idades. “Brasília é a cidade do rock. É a nossa segunda casa, por isso estamos muito felizes em estar aqui”, disse Ale Sater, do Terno Rei.