SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Os Estados Unidos começaram a suspender sanções contra a Síria nesta sexta-feira (23) depois de 24 anos de medidas econômicas contra o país motivadas pela guerra civil entre o regime de Bashar al-Assad e grupos rebeldes -que derrubaram a ditadura em dezembro de 2024 e conduzem hoje um governo de transição.
O Departamento do Tesouro dos EUA emitiu uma autorização para o governo sírio, liderado pelo presidente Ahmed al-Sharaa, para que possa realizar transações com empresas e entidades que têm negócios com o governo americano. A mesma autorização também foi emitida para o Banco Central Sírio e estatais do país.
Essa era a principal sanção econômica contra o regime de Assad -sem contato com empresas integradas ao sistema financeiro americano, um país de médio porte enfrenta sérias dificuldades de atrair investimentos e desenvolver sua economia.
“Essa decisão permitirá novos investimentos no setor privado de forma consistente com a estratégia de colocar os EUA em primeiro lugar do presidente Donald Trump”, disse o Tesouro em nota.
O secretário de Estado, Marco Rubio, também pausou outras sanções por 180 dias como um primeiro sinal de apoio ao govenro de al-Sharaa. Segundo a pasta, os EUA não querem “impedir a reconstrução e recuperação” da Síria.
As primeiras sanções dos EUA contra o país foram impostas em abril de 2011 pelo governo do presidente democrata Barack Obama. Antes disso, sanções pontuais contra Assad e seu pai, o também ditador Hafez al-Assad, já haviam sido utilizadas por Washington.
A decisão de suspender sanções foi anunciada por Trump durante sua recente viagem ao Oriente Médio. Segundo reportou a imprensa americana, a medida foi fruto de negociações com a Arábia Saudita, que também organizou um encontro entre o republicano e al-Sharaa.
Na terça (20), a União Europeia também anunciou que suspenderá sanções contra Damasco, incluindo o congelamento de ativos de seu Banco Central e um embargo contra o setor de petróleo.