O Programa Mundial de Alimentos (PMA) afirmou, nesta sexta-feira (23), que um dos quinze caminhões carregados com suprimentos foram saqueados no sul da Faixa de Gaza, onde a ajuda humanitária entra aos poucos depois de mais de dois meses de bloqueio israelense.
“A fome, o desespero e a angústia de não saber se mais ajuda humanitária vai chegar intensificam a já crescente insegurança”, declarou a agência da ONU, ao pedir que as autoridades israelenses “permitam a entrada de volumes muito maiores de ajuda alimentar, e com mais rapidez”.
Os caminhões foram “saqueados na noite de quinta-feira no sul de Gaza, quando estavam a caminho das padarias apoiadas pelo PMA”, detalhou a agência em um comunicado.
A entrada da ajuda humanitária no território palestino tomado pela fome e devastado pela guerra foi retomada nesta sexta-feira depois do bloqueio imposto por Israel desde 2 de março.
Israel bloqueou a entrada de ajuda alegando querer pressionar o movimento islamista Hamas pela libertação dos reféns sequestrados no ataque de 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra.
O Cogat, órgão do Ministério da Defesa israelense responsável pelos assuntos civis nos Territórios Palestinos, anunciou que 107 caminhões entraram em Gaza na quinta-feira.
Por outro lado, Philippe Lazzarini, responsável da agência das Nações Unidas voltada aos refugiados palestinos (Unrwa), lembrou, nesta sexta-feira, que entre 500 e 600 caminhões entraram diariamente durante as seis semanas de trégua — interrompida em março.
“Ninguém deveria se surpreender ou se escandalizar ao ver cenas nas quais a ajuda valiosa é saqueada, roubada ou ‘perdida'”, escreveu no X, acrescentando que “a população de Gaza está há mais de onze semanas passando fome”.
© Agence France-Presse