O Canadá tem mantido conversas “de alto nível” com Estados Unidos sobre uma possível adesão ao sistema de defesa antimísseis “Cúpula Dourada”, proposto pelo presidente Donald Trump, assegurou o primeiro-ministro canadense Mark Carney nesta quarta-feira (21).
O presidente republicano anunciou nesta quarta que seu país construirá um escudo antimísseis seguindo o modelo da “Cúpula de Ferro” israelense. Trump prometeu que o sistema estará operativo até o final de seu mandato. Estima-se que o sistema vai custar cerca de 175 bilhões de dólares (R$ 989 bilhões, na cotação atual).
Estamos cientes de que, se decidirmos por isso, conseguimos concluir a Cúpula Dourada com investimentos em colaboração [com os Estados Unidos]. Isso é algo que estamos estudando e que tem sido discutido em alto nível”, declarou Carney em uma coletiva de imprensa.
Trump quer um sistema que seja capaz de se defender de uma ampla gama de armas inimigas — de mísseis balísticos intercontinentais a mísseis hipersônicos, de cruzeiro e drones —, mas enfrenta desafios técnicos e políticos significativos.
Carney alertou sobre novas e crescentes ameaças de mísseis “que, em um futuro não muito distante, podem vir do espaço”. “Levamos essas ameaças a sério”, disse ele.
Canadá e Estados Unidos são parceiros na defesa continental por meio do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD).
Ao mesmo tempo, Ottawa busca diversificar suas parcerias comerciais e de segurança após o desgaste das relações debilitadas entre Canadá e Estados Unidos.
Rússia e China já tinham criticado o projeto desde que Trump firmou um decreto para desenvolver o escudo no final de janeiro.
Moscou o considerou um plano “comparável à ‘Guerra das Estrelas'”, também conhecido como Iniciativa de Defesa Estratégica (SDI), apoiado por Ronald Reagan durante a Guerra Fria.
Ainda nesta quarta, Pequim acrescentou que o projeto da Cúpula Dourada “mina a estabilidade global”.
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