O servidor público federal Pablo Silva Santiago, 39 anos, foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nesta quarta-feira (21/05). Ele foi localizado na casa da mãe, na Vila Telebrasilia. Pablo é acusado de filmar mulheres sem consentimento, armazenar e compartilhar na internet. Entre ex- namoradas e pessoas do convívio dele, o servidor teria filmado ainda uma menor de idade.
Segundo as investigações, Pablo que também é professor de dança e trabalha em uma escola de salsa, tinha em seu domínio mais de 1 mil fotos e vídeos registrados. Ele instalava câmeras em banheiros de casas e de locais públicos para filmar mulheres sem consentimento.
A PCDF já identificou seis vítimas do círculo social do servidor. Entre as vítimas, estão duas ex- namoradas que solicitaram medidas protetivas contra ele. De acordo com a delegada Karina Duarte, o homem teria começado a prática em 2017. Em depoimento ele nega que teria cometido os crimes.
“É um modus operandi, ele faz isso já em uma rotina de vida, e com certeza acreditava na sua impunidade e que não ia ser descoberto.”, ressalta a delegada.
Na última terça-feira (13/05), a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), realizou uma busca e apreensão na casa do professor. A ação resultou na apreensão de notebooks, celulares e HDs externos. De acordo com a Deam, o suspeito integrava sites de pornografia e grupos em aplicativos de mensagens.
A prisão preventiva foi solicitada pois ele frequenta espaços culturais diversos, representando um risco à integridade dessas pessoas. Assim que caso veio à tona na semana passada, ele começou a dizer a pessoas próximas que queria desaparecer, o que motivou também, a prisão, para evitar uma possível fuga.
Por meio de nota, o Ministério da Cultura informou que pediu à Corregedoria do órgão a “apuração imediata das denúncias”. A pasta informou ainda, que “reafirma o compromisso com a proteção das mulheres e a integridade dos espaços culturais”.
Relação com a namorada
A então namorada de Pablo, que preferiu não ser identificada, afirmou que descobriu, no mês passado, a prática criminosa do companheiro. Ao questioná-lo, ela conta que o parceiro teria confessado o vício em pornografia. Além disso, ele mostrou a ela conteúdos contendo imagens dela, gravados sem seu consentimento, enquanto ela estava tomando banho e usando o banheiro.
A descoberta veio quando a namorada acessou o computador do servidor e se deparou com milhares de fotos e vídeos íntimos de várias mulheres. Separado por pastas, com data e nome das vítimas, o conteúdo possuía registros desde 2017. As mídias eram não só das pessoas usando banheiros, mas também em contexto sexual.
A companheira do servidor, percebeu que ele possuía gravações de mulheres escondidas em locais como: nas casas onde morou; no banheiro do salão da tia dela; no banheiro da casa de um amigo e também da mãe desse amigo.