Com quatro histórias sobre relacionamentos modernos, a peça “DUETOS, A Comédia de Peter Quilter” volta a Brasília e fica em cartaz de 22 a 25 de maio, no Teatro Royal Tulip Brasília Alvorada. Grandes nomes da atuação brasileira, Patricya Travassos e Eduardo Moscovis são os protagonistas da obra, dirigida por Ernesto Piccolo e já assistida por cerca de 150 mil pessoas no país.
Encenado em mais de 20 países e traduzido para 10 idiomas, o texto de Peter Quilter examina e retrata, de forma cômica, o mundo caótico dos relacionamentos modernos, onde a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa. Essa análise das relações é contada na peça por meio de quatro histórias de uma mulher e um homem — que não necessariamente são casais — às voltas com seus próprios desejos e traumas, em busca do amor e enfrentando a solidão. Sua primeira montagem no Brasil é apresentada e patrocinada pela Brasilcap, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com produção geral e realização da Inova Brand.
Ernesto Piccolo é ator e diretor. Entre seus recentes trabalhos como diretor de teatro estão “D.P.A. – Detetives do Prédio Azul, A Peça”, “Divã”, “Doidas e Santas”, “A História de Nós Dois”, “Simples Assim”, de Martha Medeiros, “O Ovo de Novo – Galinha Pintadinha” e “Andança – Beth Carvalho, o Musical”. Desde 2010, dirige o festival de diversidade cultural Tangolomango, que reúne grupos culturais populares, tradicionais e contemporâneos de várias partes do Brasil e da América Latina.
À frente da direção de Duetos, Ernesto afirmou que a primeira vez que a produção passou por Brasília foi maravilhosa. “Nós lotamos tudo e estamos voltando agora para lotar ainda mais”, comentou. O diretor elogiou o público de Brasília, assim como a dupla que protagoniza a peça, Patricya e Dudu Moscovis, que, segundo ele, fazem um jogo cênico bem bacana. “Eles fazem as quatro histórias muito divertidamente e a plateia dá boas gargalhadas. Então, esse boca a boca do público é o que faz a gente continuar e voltar. E isso não tem preço”, acrescentou.
Para Ernesto, é gratificante ver o resultado do trabalho de toda a equipe, principalmente de Dudu e Patricya, com uma dinâmica no palco que entrega personagens com os quais o público pode se identificar. “O público vai se identificar com pelo menos um personagem dessas quatro histórias, seja do lado masculino ou do lado feminino”, reforçou. Para ele, essa é a força do trabalho de Peter Quilter, o autor da obra original. Ernesto acredita que o humor de Peter e a coleção de relacionamentos que as pessoas acumulam ao longo da vida, para suprir a solidão, resultam em histórias facilmente reconhecíveis.
O diretor também destacou o charme especial trazido pela trilha sonora de Rodrigo Pena, além das mudanças de figurino em cena. “Tem dois camarins em cada lado do palco e eles vão contando as histórias e mudando de roupa nos camarins”, explicou.
A primeira história gira em torno de Jonathan e Wanda, que vão a um encontro às cegas marcado por aplicativo. A segunda é sobre Jane, que está preparando uma festa para o patrão, Ary. A terceira envolve Shirley e Beto, que estão passando por um divórcio amigável. A quarta é sobre Angela, que está se casando pela terceira vez, para desgosto do irmão Tobias. “Quem não assistiu, que venha assistir; e quem assistiu, que assista de novo, porque a peça está cada vez mais divertida”, declarou Ernesto.
Dudu Moscovis, mais conhecido por seus papéis em novelas como O Cravo e a Rosa e Alma Gêmea, está feliz com o burburinho causado pela segunda passagem da peça pela capital. “Fiquei sabendo que as quatro sessões já estão quase todas esgotadas. Já tem procura por cadeira extra e tudo. O público de Brasília está comparecendo, isso é muito legal.” Ele contou que a produção tem viajado bastante com o espetáculo, o que permitiu apresentar a peça para públicos diversos. Duetos ficou em cartaz por oito meses no Rio de Janeiro e seis meses em São Paulo, além de ter passado por Curitiba (PR), Niterói (RJ), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Teresina (PI), Recife (PE), Natal (RN), Salvador (BA), João Pessoa (PB) e Maceió (AL), sempre com casa cheia.
No Festival de Teatro de Curitiba, o mais importante da América Latina, as duas apresentações nos dias 3 e 4 de abril de 2024 aconteceram no Teatro Guaíra para mais de 4 mil espectadores, com ingressos esgotados mais de um mês antes. Dudu lembrou que aquele foi o maior público da peça até hoje. Para ele, o retorno imediato do público é essencial para o sucesso da produção. “O público participa imediatamente e se identifica com o espetáculo, com aqueles personagens, com as situações, ou com alguém muito parecido. E a expectativa é que as pessoas se divirtam”.
Dudu contou que se identifica com vários momentos vividos pelos personagens — tanto os que ele interpreta quanto os da parceira de palco — por já ter vivido situações semelhantes. Ele acredita que essas histórias se refletem em vivências reais do dia a dia, e muitas vezes ele se vê reagindo como seus personagens. “Acho que, quando se pega um espetáculo como esse, que fala profundamente sobre as relações, mas de forma leve, a gente descobre um monte de coisa todo dia.” Viajando com Patricya, os dois continuam descobrindo nuances na peça, mesmo depois de tanto tempo em cartaz. “Não só para os personagens, mas para nós mesmos”, completou. Ele espera que o público prestigie e garante que todos vão se divertir bastante.
Patricya é roteirista, diretora, apresentadora, atriz, compositora e escritora — e uma apaixonada por comédia. “Adoro assistir e adoro fazer comédia. E ter quatro histórias na mão é muito divertido. Quatro personagens, quatro pensamentos, quatro carências, quatro caracterizações. Está sendo muito rico para mim”, afirmou. Ela destacou que, apesar de engraçados, os personagens falam de emoções muito humanas. “Precisamos rir, mais do que nunca. Precisamos ir ao teatro”.
Serviço
Duetos
Onde: Teatro Royal Tulip Brasília Alvorada
Quando: 22 a 25 de maio (quinta, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h)
Ingressos: no Sympla
https://bileto.sympla.com.br/event/105972
Duração: 80 minutos
Classificação: Livre
