
A mulher teve o pedido de liberdade provisória aceito pela Justiça nesta segunda-feira (19). Ela e o pai da menina foram indiciados por maus-tratos e estupro de vulnerável. Pai e mãe são presos por suspeita de estupro e maus-tratos após morte de filha de 11 anos
Elisa de Oliveira Carvalho, de 36 anos, deixou o presídio nesta segunda-feira (19) após ter o pedido de liberdade provisória aceito pela Justiça. A informação foi confirmada pela defesa da mulher, que estava presa desde 7 de maio.
Ela e José Lindomar Nunes Brezzolin foram indiciados por maus-tratos e estupro de vulnerável contra a filha, Izabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, em São Gabriel, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.
📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp
Em nota, a defesa de Elisa afirmou que a decisão judicial “demonstra o acolhimento das teses defensivas” (leia na íntegra abaixo).
Já a Defensoria Pública, que representa José Lindomar, informou que se manifestará apenas nos autos. O homem segue preso.
Leia também:
Pai e mãe são presos por suspeita de estupro e maus-tratos após morte de filha de 11 anos, diz polícia
Laudo descarta sinal de violência, mas polícia mantém versão de lesões sobre morte de menina de 11 anos no RS
Pais são indiciados por maus-tratos e estupro de vulnerável após morte de filha de 11 anos no RS
Pais indiciados
No último sábado (17), a Polícia Civil indiciou por maus-tratos e estupro de vulnerável os pais da menina. O inquérito foi remetido ao Poder Judiciário e responsabiliza os pais, mesmo com laudos descartando lesões corporais.
Conforme a investigação, Izabelly foi internada em estado gravíssimo na Santa Casa de São Gabriel com duas costelas quebradas, perfuração no pulmão e diversos hematomas e lesões no corpo, inclusive na região genital. Por causa da gravidade dos ferimentos, ela precisou ser transferida para Santa Maria, mas teve duas paradas cardíacas e não resistiu.
Segundo o Instituto Geral de Perícias (IGP), no entanto, a causa do morte foi “por complicações sépticas de pneumonia sem nenhum sinal de trauma por violência sofrida e nenhum sinal de violência sexual”. A versão é confirmada por registros da Santa Casa.
De acordo com o Conselho Tutelar, não havia registro anterior de agressões na família.
Com o indiciamento, cabe ao Ministério Público (MP) decidir se denuncia ou não Elisa e José na Justiça. Caso faça isso e o Judiciário aceite a denúncia, eles serão julgados pelo crime.
Izabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, morreu nesta quarta-feira (8) no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM)
Divulgação/Secretaria Estadual de Saúde do RS
Nota da defesa
“A defesa de ELISA, mãe de Isabelly Brezzolin, exercida pela advogada criminalista Rebeca Canabarro (OAB/RS 134.374) e o bacharel em direito Andrei Nobre (OAB/RS53E114), vem, publicamente, manifestar-se a respeito das últimas movimentações processuais. Na noite do último domingo, dia 18 de maio de 2025, a magistrada de São Gabriel concedeu a liberdade provisória de Elisa, revogando-se, portanto, a prisão preventiva anteriormente decretada, nos termos requeridos pela defesa no dia 13/05/2025 e parecer favorável do Ministério Público publicado no dia 15/05/2025. Por uma estratégia defensiva, a presente manifestação é divulgada após Elisa ter deixado a casa prisional e já encontrar-se em segurança. A defesa da investigada solicita que os veículos midiáticos resguardem o direito à privacidade de Elisa, neste momento pós óbito de sua filha e primeiro contato com a sociedade extramuros. Devendo, portanto, todo e qualquer contato ser intermediado através da sua bancada defensiva, pois a investigada, neste momento, não prestará entrevistas. Ademais, a concessão da liberdade de Elisa demonstra o acolhimento das teses defensivas. Isso porque, apesar da representação pela prisão preventiva, por parte da autoridade policial, ter aduzido que Elisa deveria ser conduzida à prisão pela conduta de maus tratos e violência sexual praticadas contra sua própria filha, tese acolhida pelo judiciário, com o advento do Laudo Pericial do IGP, apontou-se que tais argumentos não se sustentam. Portanto, não há que se falar em eventual perigo gerado pela liberdade de Elisa. Assim, conforme preceitua a legislação brasileira, a investigada poderá responder a eventual processo criminal em liberdade, sobretudo, pois é primária, sem antecedentes criminais e com conduta ilibada perante a sociedade de São Gabriel/RS. Em que pese a autoridade policial ter procedido com o indiciamento de Elisa, exclusivamente pelo delito de maus tratos, importa mencionar que o relatório final do inquérito embasa a ocorrência do delito a partir de concepções preliminares e narrativas prestadas, ou seja: um legítimo “disseram que”, sem qualquer fundamentação pautada em laudos periciais definitivos que ratificam tais alegações. Ressaltamos que com a finalização do inquérito policial, os autos serão remetidos para o Ministério Público, o qual detém a exclusiva prerrogativa de oferecer a denúncia contra Elisa. Caso o Poder Judiciário aceite eventual denúncia, se iniciará a Ação Penal, fase em que a mãe de Isabelly se tornará ré e utilizará o seu direito ao pleno contraditório e ampla defesa para comprovar sua inocência acerca dos inverídicos fatos veiculados.”
Novo Hamburgo/RS, 19 de maio de 2025. Rebeca Canabarro de Matos – OAB/RS 134.374 Andrei Nobre – OAB/RS 53E114
VÍDEOS: Tudo sobre o RS