ALÉXIA SOUSA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
O influenciador Vitor Vieira Belarmino se entregou à polícia na segunda-feira (19), dez meses após atropelar e matar o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, 42, na orla do Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro. Ele se apresentou na 42ª DP, responsável pela investigação do caso.
Belarmino é réu por homicídio doloso -quando há intenção de matar-, omissão de socorro e fuga do local do acidente.
Procurado, o advogado do influenciador, Gabriel Habib, informou que não irá se manifestar.
O crime aconteceu em 13 de julho de 2024, poucas horas depois do casamento da vítima.
Toshiro atravessava a pista da avenida Lúcio Costa ao lado da mulher, Bruna Villarinho Toshiro, com quem havia acabado de se casar. O casal havia deixado as malas no hotel e saído para um passeio antes da lua de mel.
Segundo a Polícia Civil, o influenciador dirigia uma BMW em alta velocidade – a 109 km/h, de acordo com a perícia, em um trecho onde o limite é de 70 km/h – e não prestou socorro. O inquérito concluiu que ele assumiu o risco de matar e teria condições de parar o carro antes do atropelamento, caso respeitasse o limite de velocidade.
“Após diversas diligências para localizá-lo, o autor se apresentou na 42ª DP. Contra ele, foi cumprido mandado de prisão pendente, expedido com base em investigação da própria delegacia”, informou a Polícia Civil em nota, nesta segunda-feira.
A perícia no veículo identificou manchas com cheiro de bebida alcoólica e uma taça de vidro quebrada no interior da BMW. Também foram encontrados vestígios de sangue no para-brisa e na traseira do carro. Além disso, imagens gravadas dentro do veículo no dia do atropelamento mostram que Belarmino fumava um cigarro eletrônico ao volante.
Cinco mulheres que estavam no carro no momento do acidente foram indiciadas por omissão de socorro.
Em agosto, o advogado de Belarmino, Gabriel Habib, afirmou que realizaria uma perícia particular para apurar os fatos. Antes disso, a defesa havia sustentado que o influenciador não havia ingerido bebida alcoólica e dirigia dentro da velocidade permitida.
O mandado de prisão temporária contra Belarmino foi expedido um dia após o atropelamento. Desde então, ele era considerado foragido.