Ela ficou sabendo que Emanuel Apory, um jovem vendedor ambulante de apenas 25 anos, vai ter a perna amputada depois de ser baleado por um delegado durante uma confusão em um samba, na linda Fernando de Noronha.
“Estava indo trabalhar no maior astral, aí o que o ‘Brasil’ aprontou com um dos nossos… Todo dia, todo dia!”, disse ela, tentando segurar a emoção. Mas não conseguiu. Quem assistiu ao vídeo sentiu: Luana estava dilacerada.
“Nós precisamos cobrar atitudes e soluções dos governantes, ISSO NÃO PODE FICAR IMPUNE! Aliás, nenhuma injustiça pode!”, continuou, com a voz embargada e a alma doída.
Luana não apenas se comoveu. Ela se informou, foi atrás da história, ouviu, sentiu — e ficou inconformada. Emanuel, segundo ela, é um rapaz batalhador, que trabalha “de sol a sol” na praia, vendendo o sustento dele com dignidade. E agora, por causa da ação desproporcional e cruel de alguém armado, vai perder uma parte do corpo.
“Quantas vezes a gente vai ter que viver essa história? As pessoas abusando do poder de ter uma arma na cintura, contra a população”, desabafou.
A atriz fez o que pouca gente com visibilidade tem coragem: cobrou, apontou o dedo, e perguntou — com todas as letras — quem vai se responsabilizar por isso. A governadora? A polícia? Ou ninguém vai fazer nada e Emanuel vai ser apenas mais um?
“Esse menino precisa de uma prótese? Quem vai pagar? Ou vai ficar por isso mesmo? Eu lamento, Emanuel, família toda…”, disse, já prometendo algo além da fala: se o Estado não fizer, ela vai fazer.
Sim, Luana se comprometeu a doar a prótese para o jovem. E não é só sobre uma prótese, é sobre um símbolo. Um sinal de que alguém se importa. Que alguém viu. Que alguém vai agir.
“Para minimizar o que o Estado brasileiro fez com esse jovem. Numa ilha! Numa ilha que era para ser o exemplo de uma sociedade”, finalizou, ainda emocionada.
É impossível assistir ao vídeo sem se abalar. Sem se perguntar até quando. Sem querer fazer parte da mudança. Assista. Sinta. Reflita. E, se puder, cobre também.