63% dos respondentes do QPC veem impacto desinflacionário de tarifas para Brasil, diz BC

trump delivers remarks on reciprocal tariffs

Brasília, 16 – A maioria dos participantes do Questionário Pré-Copom (QPC) do Banco Central de maio avaliava que a guerra comercial global deflagrada pelo tarifaço dos Estados Unidos deve ter impacto desinflacionário para o Brasil. Ao todo, 63% dos 127 respondentes viam efeitos para baixo no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), enquanto 23% avaliavam o impacto líquido como neutro, e 14%, como inflacionário.

As medianas do QPC indicam inflação de 5,50% para 2025 e de 4,50% para 2026. Quando indagados sobre o viés dos seus cenários para este ano, 38% afirmaram haver risco para baixo; 47%, riscos equilibrados; e 15%, risco de alta. Para 2026, apenas 13% mencionaram riscos para baixo. Para 47%, o cenário é equilibrado, e, para 38%, o viés é para cima.

Na última reunião, do dia 7 de maio, o Copom retirou a “assimetria altista” do seu balanço de riscos para a inflação, e passou a descrever três vetores para cima e três, para baixo.

As estimativas intermediárias do questionário sugerem crescimento de 2,0% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro este ano, e de 1,70% em 2026. Os analistas consideram que a guerra comercial deve retirar 0,2 ponto porcentual da atividade este ano e 0,1 ponto no próximo, mas esses impactos não foram incorporados às projeções, segundo as medianas.

Os economistas esperam uma taxa de desemprego de 6,9% no fim deste ano e criação líquida de 1,350 milhão de novos empregos formais no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Curto prazo

As medianas do QPC sugerem IPCA de 0,38% em maio, 0,35% em junho e 0,28% em julho. As projeções para os serviços subjacentes são de 0,46%, 0,51% e 0,49%, respectivamente. Para a média dos núcleos, na mesma ordem, são de 0,40%, 0,41% e 0,37%.

Para o PIB, as estimativas intermediárias sugerem crescimento de 1,3% na margem no primeiro trimestre de 2025, e de 0,4% no segundo. Na comparação interanual, seriam altas de 2,9% e 2,2%, respectivamente.

Estadão Conteúdo

Adicionar aos favoritos o Link permanente.