Jordélia Pereira Barbosa, presa sob suspeita de envenenar uma mulher e duas crianças com um ovo de Páscoa, perdeu temporariamente a guarda dos dois filhos que teve com o ex-marido.
De acordo com o magistrado, a guarda deve ser concedida de forma unilateral ao pai das crianças, uma vez que Jordélia está presa e responde por duplo homicídio e tentativa de homicídio. Para o juiz, a suspeita dos crimes indica a incapacidade da mãe de zelar pelo melhor interesse dos filhos.
A determinação judicial também suspende a contribuição do pai com a alimentação dos filhos, já que as crianças passaram a morar com ele após a prisão da mãe, em 17 de abril.

Os filhos de Mirian, Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, e Luís Fernando, de 7, consumiram o chocolate e morreram com cinco dias de diferença. A mãe também passou mal, foi hospitalizada e já recebeu alta.
Segundo as investigações, Jordélia teria viajado quase 400 quilômetros de Santa Inês até Imperatriz para executar o plano. Imagens de câmeras de segurança mostram a suspeita comprando o ovo de Páscoa, que foi posteriormente enviado à casa de Mirian por um serviço de entrega. Exames confirmaram a presença de chumbinho – um veneno de uso clandestino – no ovo e nos corpos das vítimas.
O Ministério Público classifica a motivação como torpe e acusa Jordélia de agir por vingança, após o fim do relacionamento com o ex-marido. A pena pode variar de 12 a 30 anos de prisão por cada crime. Ainda segundo a Polícia Civil, antes do envenenamento, Jordélia já havia ameaçado Mirian nas redes sociais.
A defesa de Jordélia afirma que ela nega envolvimento nos crimes e que os fatos serão devidamente esclarecidos durante o processo judicial. Atualmente, ela está custodiada na Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM), aguardando os desdobramentos da ação penal.