O partido do presidente reeleito do Equador, Daniel Noboa, assumiu nesta quarta-feira (14) o controle do novo Congresso com o apoio da maioria dos parlamentares, durante uma sessão inaugural presidida por sua mãe, Annabella Azín, a deputada mais votada.
O governista Ação Democrática Nacional (ADN) conquistou a presidência e a vice-presidência do Congresso, cargos eleitos com mais da metade dos 151 votos dos deputados. Embora o partido de Noboa tenha obtido 66 cadeiras, conta com o apoio de outras bancadas que, por ora, garantem ao governo uma maioria no Parlamento.
O partido Revolução Cidadã, liderado pelo ex-presidente socialista Rafael Correa (2007–2017), também conquistou 66 assentos, tornando-se a principal força opositora.
Os oficialistas Niels Olsen, ex-ministro do Turismo, e Mishel Mancheno, ex-secretária jurídica da Presidência, foram eleitos presidente (com 80 votos) e primeira vice-presidente (com 79) da Assembleia para um mandato de dois anos.
“Algo maravilhoso e mágico está acontecendo e pode ser sentido no ar. Desde o último 13 de abril, há uma sensação de tranquilidade e otimismo que se espalhou por todo o país”, declarou Annabella Azín, referindo-se ao dia em que seu filho foi reeleito.
Herdeiro de um magnata do setor bananeiro, Daniel Noboa tomará posse oficialmente no Congresso em 24 de maio.
“A Assembleia deixará de ser um obstáculo para se tornar um motor. Hoje temos a oportunidade histórica de dar governabilidade a um país que há muito não a conhece”, escreveu o presidente no X.
A base governista e seus aliados também conquistaram a maioria no estratégico Conselho de Administração Legislativa, composto por sete membros e responsável por qualificar os projetos de lei apresentados pelo Executivo.
No cargo desde novembro de 2023, Noboa enfrenta o desafio de recuperar um país em guerra contra o crime organizado, que o transformou em um dos mais violentos da América Latina.
Para este novo mandato, o presidente já anunciou que insistirá no Congresso com sua proposta de reforma constitucional para permitir a presença de bases militares estrangeiras no Equador, hoje proibidas por lei.
Essa proibição está inscrita na Constituição em vigor desde 2008. O ex-presidente Correa, inclusive, encerrou um acordo que permitia aos Estados Unidos utilizar, até 2009, uma base militar no porto pesqueiro de Manta (sudoeste) para operações antidrogas.
Nas últimas eleições presidenciais, Noboa venceu a candidata correísta Luisa González com ampla vantagem.
O atual Congresso equatoriano aumentou de 137 para 151 cadeiras e inclui cerca de 20 parlamentares com idades entre 19 e 30 anos.
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