Em 2024, a tadalafila consolidou-se como o terceiro medicamento mais vendido no Brasil, com 61,3 milhões de unidades comercializadas, gerando uma receita superior a R$ 1,2 bilhão. Esse crescimento expressivo — quase o triplo em relação a quatro anos antes.
E para buscar entender melhor o porquê deste atual cenário de alta nas vendas deste tipo de medicamento, que a reportagem do portal SCTodoDia conversou com o Dr. Flavio Machado, que é médica especialista em Saúde Sexual Masculina.
Em um primeiro momento, o médico explica alguns motivos que ajudaram no crescimento das vendas deste tipo de medicamento. “Hoje em dia vivemos mais e os homens estão querendo ter a vida sexual ativa por mais tempo. Hoje falamos mais sobre o assunto e valorizamos a saúde completa. Em contrapartida temos mais doenças e cada vez mais cedo. Antes não tínhamos homens de 15 anos com pressão alta e colesterol. Mas hoje a incidência das doenças está altíssima entre os jovens. Isso acaba refletindo na saúde sexual de cada vez mais homens e cada vez mais cedo”, destacou o especialista.
Para Flavio, a facilidade para o acesso a este tipo de remédio, também é um fator que contribui para o alto índice de vendas. “Sou um defensor do controle deste medicamento. Para que ele seja vendido somente com receita médica. Hoje na internet existem diversos produtos milagrosos isso enche os olhos dos homens. Existe uma cobrança por parte da sociedade de um homem “potente” na cama e que nunca falha. Esta imagem irreal de homem de verdade acaba aumentando as expectativas dos homens e das parceiras sobre isso. Ele acaba recorrendo a uma “forcinha a mais” na hora H”, conclui.
Imagem: FreePik/Banco Gratuito
O médico também destaca onde está o maior consume desses medicamentos entre os homens. “ A faixa etária mais comum é acima dos 40 anos, mas o grande crescimento observado foi dos 20 aos 40. Isso está assustando a comunidade médica nesta área no mundo inteiro”, aponta.
Machado também aponta os principais riscos, que o uso indevido desses medicamentos pode trazer. “Este medicamento sobrecarrega o sistema cardiovascular e isso pode ser fatal em alguns homens. Principalmente se ele tiver alguma predisposição a problemas cardíacos. Outro problema é a longo prazo. Este medicamento quando usado da forma errada pode afetar o funcionamento de alguns órgãos ao longo dos anos como coração, fígado e rim”, explica.
O doutor também apontou que este tipo de medicação pode trazer uma dependência psicológica. “- este tipo de medicamento acaba se tornando uma muleta para os pacientes e eles acreditam que nunca mais vão conseguir ter uma boa performance na cama sem eles. Um grande problema é o uso associado a outras substâncias como energéticos, álcool e outras drogas ilícitas. Além disso ele pode ter interação com outros medicamentos que o homem já use. Está mistura muitas das vezes acaba sendo fatal infelizmente.
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