Tráfico movimentou R$ 150 milhões no DF: megaoperação mira organização criminosa que atuava na Estrutural

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Uma organização criminosa com atuação na Cidade Estrutural, no Distrito Federal, se tornou alvo de uma grande ofensiva da Polícia Civil (PCDF), deflagrada na manhã desta quarta-feira (14).

A operação, batizada de Monopólio, é conduzida pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) e tem como foco desarticular o grupo responsável por abastecer 25 pontos de venda de drogas com grandes quantidades de cocaína, maconha e crack. Em apenas dois anos, o esquema teria movimentado cerca de R$ 150 milhões.

Foram expedidos 22 mandados de prisão temporária e 29 de busca e apreensão em regiões como Estrutural, Paranoá, Ceilândia, Samambaia, Águas Claras e até Aparecida de Goiânia (GO). Também foi determinado o bloqueio de 26 contas bancárias, além do sequestro de veículos, imóveis e empresas suspeitas de atuar como fachada. A 8ª Delegacia de Polícia, com sede na Estrutural, prestou apoio às investigações.

Violência e controle territorial

Liderada por Fabiano da Silva Lira, conhecido como Chucky, a quadrilha dominava o tráfico na região por meio de um braço armado. Homens fortemente armados circulavam pelas comunidades com pistolas e escopetas para manter o controle das bocas de fumo. Para proteger o chefe da organização e evitar delações, Chucky ainda custeava advogados para integrantes presos da facção.

Lavagem milionária com fachada de legalidade

As investigações revelaram uma estrutura financeira sofisticada para lavar o dinheiro oriundo do tráfico. Entre as táticas usadas estavam o “smurfing” — quando valores são divididos em pequenas quantias e transferidos para diferentes contas com o intuito de dificultar o rastreamento — e o uso de notas fiscais frias emitidas por empresas fictícias.

Pelo menos sete distribuidoras de bebidas e outras cinco empresas comerciais foram identificadas como instrumentos de ocultação de recursos ilícitos. Parte dessas companhias não apresentava qualquer atividade regular e estava registrada em endereços inexistentes ou sem operação real. Outras operavam legalmente, mas mesclavam rendimentos legítimos com o lucro obtido através da venda de drogas.

Uma empresa em nome do próprio Chucky, por exemplo, emitiu R$ 2 milhões em notas fiscais entre fevereiro e agosto de 2020 — valor dez vezes superior ao faturamento oficial. Outro estabelecimento, com capital social de apenas R$ 1 mil, movimentou R$ 1,6 milhão no período de seis meses.

Repressão em curso

Além da repressão direta ao tráfico, a operação tem como objetivo estrangular financeiramente a organização criminosa. A ofensiva da PCDF visa desarticular não apenas o comércio ilegal de drogas, mas também os mecanismos de sustentação financeira que garantiam a impunidade e a expansão da facção.

As investigações continuam, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.

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