Maio chega e, com ele, a crise no Flamengo: uma tradição tão certa quanto o título carioca

felipe

O Flamengo vive um déjà-vu que se repete ano após ano. O calendário mal vira para maio e o clube mais badalado do país já mergulha numa nova onda de crise, cobrança e desconfiança — mesmo quando, paradoxalmente, tudo parece ir bem em parte da temporada.

O roteiro é conhecido: o ano começa com euforia. O time, com elenco milionário e favoritismo escancarado, atropela no Campeonato Carioca — um torneio que, há muito tempo, serve mais de pré-temporada do que de desafio real para um clube do porte do Flamengo. A conquista é comemorada com fogos, planos ambiciosos e manchetes otimistas. Mas basta a bola rolar pra valer na Libertadores e no Brasileirão para os problemas começarem a aflorar.

Maio, historicamente, tem sido um mês ingrato para o clube rubro-negro. É quando as promessas de um ano glorioso começam a esbarrar na realidade das competições que realmente importam. E 2025 não foge à regra.

No Brasileirão, o Flamengo vai bem — está na vice-liderança, brigando ponto a ponto com o Palmeiras. Mas na Libertadores, o cenário é preocupante. Em um grupo considerado acessível, o time ocupa a terceira colocação e corre sério risco de eliminação precoce. O jogo desta quarta-feira, no Maracanã, contra a LDU do Equador, é decisivo. Uma derrota pode significar um vexame histórico: a queda ainda na fase de grupos.

O técnico Felipe Luiz, que ainda engatinha na carreira como treinador, já sente o peso da cadeira rubro-negra. As críticas aumentam, a imprensa carioca especula e parte da torcida já sonha com o retorno de Jorge Jesus — o ex-comandante campeão de tudo, que está livre no mercado e era plano B da Seleção Brasileira antes da escolha por Carlo Ancelotti.

Há uma questão de fundo que também se repete: a torcida do Flamengo tem dificuldade em lidar com derrotas. Para muitos rubro-negros, o time não pode — ou não deve — perder para ninguém, em nenhuma circunstância. Mas o futebol não respeita esse tipo de lógica. Real Madrid, Barcelona, PSG, todos os gigantes tropeçam. O Flamengo também.

O problema é que quando o Flamengo tropeça, a repercussão é sempre maior. A pressão, mais intensa. A crise, mais barulhenta. E tudo isso, tão cedo na temporada, pode comprometer o restante do ano. O vexame da Libertadores pode ser o estopim de uma reviravolta no comando técnico, na diretoria e até nas ambições do clube para 2025.

A história se repete. E no Flamengo, maio é mês de flores — e de crise.

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