A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou na manhã desta segunda-feira (12) aquilo que a coluna Futebol etc. já havia antecipado — com exclusividade — duas horas antes: Carlo Ancelotti é o novo técnico da Seleção Brasileira. O anúncio foi feito no site oficial da entidade, selando um acordo histórico. Pela primeira vez, a Seleção terá um treinador estrangeiro no comando.
A confirmação encerra uma longa novela que começou ainda em 2022, quando Ancelotti era o nome preferido da CBF para substituir Tite. Na época, o técnico ainda tinha vínculo com o Real Madrid, e a entidade brasileira optou por soluções interinas como Ramon Menezes e, depois, Fernando Diniz. Após tropeços nas Eliminatórias e uma campanha decepcionante na Copa América sob o comando de Dorival Júnior, a CBF voltou com força ao plano A: Ancelotti.
A negociação durou mais de 40 dias e foi conduzida diretamente pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. “Trazer Carlo Ancelotti para comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio. Ele é o maior técnico da história e, agora, está à frente da maior seleção do planeta”, disse Ednaldo ao site da entidade.
Ancelotti chega ao Brasil com um currículo de respeito: 15 títulos com o Real Madrid, entre eles três Champions League, três Mundiais de Clubes e dois Campeonatos Espanhóis. Ao todo, o italiano tem quatro títulos da Champions como treinador — um recorde absoluto — e conquistas em praticamente todos os clubes por onde passou, como Milan, Chelsea, PSG e Bayern de Munique.
Sua última partida à frente do Real foi a derrota por 4 a 3 para o Barcelona, no último domingo (11), resultado que praticamente eliminou os merengues da briga pelo título espanhol. Com o fim do ciclo em Madri, a transição para a Seleção Brasileira foi imediata.
Ancelotti se reunirá nos próximos dias com Rodrigo Caetano, coordenador geral da CBF, e Juan, coordenador técnico, para definir a lista de convocados para os próximos jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo, contra Equador e Paraguai. A convocação será anunciada no próximo dia 26, no Brasil.
A chegada de um técnico estrangeiro à Seleção ainda causa estranhamento em parte da torcida, mas não é uma via de mão única. O Brasil já exportou treinadores como Didi, que comandou o Peru na Copa de 1970, e Luiz Felipe Scolari, que levou Portugal à final da Eurocopa e à semifinal da Copa do Mundo. Agora, é a vez de o Brasil importar.
Com a Seleção fragilizada após a eliminação precoce na Copa do Mundo de 2022 e os tropeços nas Eliminatórias, a missão de Ancelotti será clara: devolver à Seleção o protagonismo que o torcedor brasileiro tanto espera. O desafio está lançado.