Faltam menos de 30 dias para a Seleção Brasileira entrar em campo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Os compromissos contra Equador (dia 5) e Paraguai (dia 10), marcam a retomada da caminhada rumo ao próximo Mundial. E, no entanto, o cenário atual da Seleção é desolador: não temos técnico, não temos comissão técnica, não temos observadores em campo e, ao que tudo indica, não teremos ninguém por enquanto.
A CBF ainda não anunciou um sucessor para Dorival Júnior, demitido em março. Passaram-se quase dois meses desde então, e a entidade parece mergulhada em hesitações e disputas internas, sem apresentar qualquer plano público ou cronograma crível de transição. A nova convocação — que deve sair até meados de maio — está sem qualquer liderança técnica à frente, o que beira o amadorismo em se tratando da Seleção principal de um dos países mais vitoriosos do futebol mundial.
Como será elaborada essa lista? Quem está observando o desempenho dos jogadores na reta final da temporada europeia? Quem está acompanhando os clubes brasileiros, onde jovens talentos emergem a cada rodada? A resposta é simples e alarmante: ninguém. Nenhuma voz técnica autorizada se apresenta como responsável pela próxima convocação. É possível que nomes sejam escolhidos nos gabinetes, longe dos campos — e isso é perigosíssimo.
Vale lembrar que, embora o novo formato da Copa permita mais vagas às seleções sul-americanas, o Brasil não pode se dar ao luxo de tropeçar tanto. Se ainda vigorasse a antiga regra, o risco de não disputar o Mundial seria real — e absolutamente vergonhoso.
Após os jogos de junho, o calendário prevê ainda confrontos contra Chile e Bolívia em setembro, e duas novas datas FIFA em outubro e novembro. Tudo isso em um ciclo curto, que exige planejamento imediato. Enquanto isso, outras seleções da América do Sul — como Argentina e Uruguai — trabalham com seriedade, projetos claros e técnicos consolidados.
A Seleção Brasileira virou refém do improviso. A camisa pesa, o talento individual ainda aparece, mas sem organização, sem projeto e sem comando, qualquer sonho de conquista vira utopia. E isso tudo acontece com a CBF em silêncio sepulcral.