O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) aderiu à campanha “Cartão Vermelho para o Racismo”, uma iniciativa da Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus-DF) em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A ação tem como objetivo combater o racismo nos estádios e promover a diversidade e o respeito no ambiente esportivo.
A campanha foi lançada oficialmente no último domingo, 4 de maio, durante o jogo entre Vasco e Palmeiras, no Estádio Mané Garrincha. Com mais de 30 mil torcedores nas arquibancadas, o estádio virou palco de um gesto simbólico: o público ergueu cartões vermelhos em repúdio ao racismo. Em campo, os jogadores das duas equipes desfilaram com uma faixa com a mensagem: “Não é só falta grave, é cartão vermelho para o racismo.” Os promotores de Justiça Bruno Vergini e Marcel Nóbrega realizaram a fiscalização da partida.
Para o procurador distrital dos direitos do cidadão, Eduardo Sabo, a adesão do MPDFT à campanha vai além das quatro linhas. “Nosso objetivo é contribuir para um ambiente esportivo mais justo e inclusivo no Distrito Federal. Essa mudança começa nos estádios, mas deve ecoar por toda a sociedade”, afirma. A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo de conscientização, com foco no engajamento de clubes e torcidas para promover a cultura da paz, combater a discriminação e valorizar a diversidade no futebol.
O apoio do MPDFT à campanha foi consolidado após reunião com representantes da Federação Brasiliense de Futebol (FBF) e contato com a Sejus-DF. A Comissão Permanente de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios do MPDFT aprovou a adesão por unanimidade. Compõem o grupo os promotores Marcel Nóbrega, Bruno Vergini, Cláudio João Medeiros, Ricardo Contardo e Paulo Binicheski e o procurador Eduardo Sabo.
Segundo o promotor de Justiça Cláudio João Medeiros, a campanha se alinha ao Pacto Distrital de Promoção dos Direitos Fundamentais e da Cultura de Paz no Esporte, firmado entre o MPDFT e a FBF. “Queremos transformar os estádios em espaços mais acolhedores, acessíveis e seguros, especialmente para mulheres, famílias e pessoas com deficiência. E isso passa por campanhas como essa, que tratam de temas urgentes como racismo, homofobia e inclusão”, afirma.
Nova legislação em campo
A campanha também integra a Política Distrital de Prevenção e Combate ao Racismo nos Estádios, formalizada pela Lei Vinícius Júnior (Lei nº 22.084/2024), sancionada recentemente pelo Governo do DF. A legislação estabelece medidas para a promoção da igualdade racial e combate a práticas discriminatórias no esporte.
“O futebol tem o poder de unir, educar e transformar. Em sintonia com a nova lei, o MPDFT seguirá atuando em ações de conscientização, reforçando a importância da participação de todos na construção de um ambiente esportivo livre de preconceitos”, destaca Eduardo Sabo.
Com informações do MPDFT