BRUNO LUCCA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O metrô da China já registrou quatro mortes de pessoas presas entre o trem e a porta da plataforma, como a que ocorreu nesta terça-feira (6) em São Paulo.
Lá, não existe um sistema automático que detecte a presença humana e trave a operação, assim como na linha 5-lilás, na qual Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, 35, foi vitimado. Há, porém, um botão de pânico que pode ser acionado por funcionários, segundo informações da estatal responsável pelo sistema.
A primeira morte do tipo no país asiático ocorreu em Xangai, em 2007. Um homem tentou entrar num vagão lotado e acabou preso no vão entre as portas. Quando o trem partiu, ele foi jogado nos trilhos e atropelado.
Em 2010, uma mulher morreu nas mesmas circunstâncias, também na maior cidade chinesa.
Quatro anos depois, outra vítima foi esmagada após ficar presa entre o trem e a plataforma. Novamente, o caso foi em Xangai.
A última ocorrência, em 2022, foi registrada em Pequim, capital do país. Uma idosa ficou presa ao ser empurrada por outros passageiros para fora do vagão, que estava cheio.
No Brasil, Lourivaldo tentou entrar no trem, na estação Campo Limpo, “mesmo após todos os alarmes visuais e sonoros”, segundo a ViaMobilidade, concessionária responsável. Um agente de segurança da empresa afirmou à polícia que, por volta das 8h10, ouviu barulhos vindos da plataforma. Ele e os outros seguranças foram ao local e viram a vítima caída nos trilhos, já sem sinais vitais.
Segundo o Metrô, esse foi o primeiro caso de morte relacionada às portas de contenção nas linhas do metrô paulista.
Na manhã de 24 de março, porém, uma passageira ficou presa entre a porta de segurança e o vagão na estação Vila Prudente da linha 2-verde do metrô, que é estatal. A composição teve de ficar parada para a retirada da mulher. Ela não ficou ferida.
Todas as portas instaladas nas plataformas das linhas estatais -1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata- contam com sensores para evitar o fechamento da porta quando há pessoas ou objetos entre as fachadas e o trem.
Com a morte de Lourivaldo, o presidente da ViaMobilidade, Francisco Pierrini, afirmou que a concessionária vai instalar sensores de presença nas portas das plataformas até fevereiro do próximo ano.