ARTUR BÚRIGO
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS)
Um homem de 38 anos foi preso em Minas Gerais suspeito de matar sua companheira na última quinta-feira (1º) em uma pousada no bairro Jardim Atlântico, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
O suspeito, identificado como Arthur Henrique de Paula, teria fugido do local. Seu carro foi parado pelos policiais horas depois em Curvelo, a cerca de 160 km da capital mineira. Ele apresentava sinais de embriaguez e não quis fazer o teste do bafômetro, segundo o boletim de ocorrência.
No sábado (3), o juiz de plantão converteu a prisão flagrante em preventiva (sem prazo) com a justificativa de preservar a garantia da ordem pública. O caso foi registrado como feminicídio.
Procurada, a Defensoria Pública, responsável pela defesa do suspeito, disse que se manifestará apenas nos autos.
Na audiência de custódia, o defensor de plantão pediu a liberdade provisória de Arthur e disse que ele não iria prejudicar as investigações.
Pediu também que ele fosse inserido no programa do Tribunal de Justiça de acompanhamento de pessoas com sofrimento mental, diante do relato de familiares de que ele foi diagnosticado com esquizofrenia e faz uso de medicamentos controlados.
De acordo com relatos de testemunhas, o suspeito estava reunido com parentes na última quinta para uma confraternização quando levantou da cama e atacou a companheira com um facão. Ela estava em uma área externa da casa e foi atingida na nuca.
O irmão dele o conteve e depois se abrigou junto da mãe e da esposa no banheiro da casa.
Quando a polícia chegou ao local, a vítima, Fernanda Dantas Garrido Ribeiro, 40, estava com grande ferimento na região da nuca e sem os sinais vitais. A morte foi confirmada pela perícia.
Os familiares do suspeito afirmaram aos policiais que ele havia ingerido durante a noite meia garrafa de vinho e cerveja sem álcool.
Disseram que o casal já teve conflitos, mas que o suspeito e a vítima estavam em reconciliação e tinham planos de fazer uma viagem para o Chile.
Os familiares relataram aos policiais o diagnóstico de esquizofrenia do homem, mas que seu acompanhamento foi interrompido há cerca de um ano.
Ele ainda tomava medicamentos antidepressivos e antipsicóticos, mas seus familiares não souberam informar a frequência.
Minas Gerais registrou 411 tentativas de feminicídio em 2024, sendo que 248 foram tentadas e 163 foram consumadas. A soma representa um recorde da série histórica contabilizada pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública do estado, que reúne dados desde 2019.