O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-RR), Murilo Ferrari, disse que a quantidade de área plantada de soja em Roraima chegará a 130 mil hectares na safra 2024/2025. Ele concedeu entrevista à edição de domingo (4) do programa Agenda da Semana, da Folha FM (confira a entrevista completa ao final da reportagem).
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Esse número, portanto, representa um crescimento de 11% em relação à safra anterior. Conforme ele, o aumento acontecerá em razão de investimentos de produtores feitos desde 2024. “Vai ocorrer um aumento de área tímido, mas vai ocorrer”, afirmou.
Assim, segundo ele, os produtores devem colher em torno de 430 mil toneladas. Para o presidente da Aprosoja, o clima desta temporada ajuda este contexto.
Insegurança jurídica
Ferrari destacou a preocupação do setor agrícola com a insegurança jurídica sob o Governo Lula, por causa da política governamental de ampliar a demarcação de áreas indígenas.
Para ele, isso impacta o futuro do desenvolvimento do Estado. “Muitos que estavam interessados em vir pro Estado, talvez tiraram o pé por conta desse fato”, lamentou.
Murilo Ferrari defende que o Congresso Nacional pacifique o embate entre agricultores e indígenas. “Indígenas não querem mais terras, mas mais liberdade para produzir em suas terras”, declarou.
Desafios do setor
Para estimular ainda mais o setor produtivo, o presidente da Aprosoja-RR defende a superação de entraves, como a burocracia, a dificuldade logística e as “narrativas”.
Sobre o primeiro quesito, ele exemplificou o caso de um produtor local de óleo de soja que importou adubos e fertilizantes do Egito.
A carga foi transportada por navios até Georgetown, capital da Guiana. De lá, ela seguiu em transporte terrestre por uma estrada de terra repleta de atoleiros, até Lethem, na fronteira com o Brasil.
“É no Brasil que a carga esbarra na burocracia da Receita Federal e do Ministério da Agricultura”, enfatizou sobre a espera de até 15 dias para obter a liberação na fronteira, o que encarece o produto para o consumidor final.
“Isso até desestimula novas operações. Roraima tem potencial muito grande. Temos que ter o entendimento geral de que esses entraves precisam ser melhorados pra dar andamento ao nosso sonho de exportar produtos da Guiana”, afirmou.
Ademais, quanto ao segundo motivo, Murilo Ferrari disse que é “mais barato dar volta ao mundo do que passar por portos nacionais”, para transportar grãos.
Ele mencionou que um transporte da carga por balsas, de Boa Vista para Porto Velho, pode custar R$ 10 mil. Segundo ele, sem essa dificuldade logística, esse preço poderia ser até cinco vezes menor.
Por fim, o presidente da Aprosoja-RR defendeu que o País vença “narrativas” contra o setor, incluindo a de que é responsável por destruir o meio ambiente. Para Murilo Ferrari, isso trava o desenvolvimento econômico do Brasil.
Ele lembrou do estudo da Embrapa que concluiu que 33% do território brasileiro é preservado por produtores rurais.
Portanto, eles são responsáveis por 282,8 milhões de hectares de vegetação nativa preservada em suas propriedades. “Isso não existe em lugar nenhum no mundo”, disse, destacando ser favorável a uma produção sustentável.
Importância da soja
Murilo Ferrari enfatizou que a soja estimula a geração de empregos e o desenvolvimento de uma cidade ou um estado.
Ele citou o exemplo de cidades mato-grossenses com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como Sorriso (0,744) e Lucas do Rio Verde (0,768), além do próprio Mato Grosso (0,736).
O IDH avalia o nível de desenvolvimento de uma região com base em três dimensões: Educação, Longevidade e Renda.
Na opinião do presidente da Aprosoja-RR, Roraima tem potencial para seguir esse exemplo. “Estamos lutando pra isso, investindo no agronegócio”, destacou.
Agenda da Semana – 04/05/2025
O post Área plantada de soja crescerá 11%, projeta presidente da Aprosoja apareceu primeiro em Folha BV.
