190: a linha da vida para garantir segurança à população

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Ao viver uma emergência, sofrer um grave acidente ou violência doméstica ou quer denunciar um crime em andamento o cidadão ou cidadã pega o celular e, instintivamente, liga para o 190 em busca de socorro. A chamada é atendida por um dos policiais do Centro de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (Copom) que prontamente orienta a pessoa e, se necessário, aciona uma viatura para ir até o local.

Em funcionamento 24 horas por dia, 7 dias por semana, o Copom é o primeiro elo entre a população e o atendimento emergencial das forças de segurança. Diariamente, cerca de 5 mil chamadas são recebidas por dezenas de operadores altamente capacitados que atuam com rapidez, empatia e precisão. O número 190, tão conhecido da população, é muito mais do que um telefone: é a linha da vida para quem enfrenta situações de perigo iminente.

“O Copom é o portão de entrada de todas as chamadas da população do DF. E somos os responsáveis para atender todas as ligações, das mais simples às mais complexas, com o objetivo de preservar a integridade da nossa sociedade”, explica o chefe do Copom, tenente-coronel Zairo.

Com uma equipe altamente treinada, formada por policiais na ativa e por militares da corporação que estavam na reserva remunerada e retornaram ao serviço, o Copom é o primeiro ponto de contato para emergências como crimes em andamento, acidentes de trânsito e situações de violência doméstica. O núcleo onde são recebidas as ligações é dividido em dois setores integrados: atendimento e despacho.

Segundo o oficial de operações do Copom, major Nataniel, no atendimento direto, as chamadas do 190 são recebidas, em média, por 15 policiais que se revezam em turnos de 12 horas. Depois de avaliadas, as ligações são redirecionadas para o despacho, que é formada por 12 mesas. Cada mesa é operada por um policial e é ligada à uma área do DF que engloba as regiões administrativas do DF. Além disso, ainda de acordo com o oficial, há um policial que trabalha como despachante das unidades especializadas, tais como: Batalhões Escolar, Ambiental, Rural, Judiciário e outros.

“Outro policial despacha para o comando de missões especiais, como o BPCães, Bope, Bavop, BPChoque, Rotam. Ainda temos duas policiais femininas que fazem o atendimento no Copom Mulher e um oficial de operações coordena os dois setores”, contabiliza o major Nataniel. Ainda segundo ele, “todos os policiais recebem treinamento especializado e participam de palestras e cursos para capacitar os operadores a oferecem um atendimento não apenas técnico, mas humanizado”.

De acordo com a PMDF, em 2024, o Copom registrou cerca de 135 mil ocorrências, que resultaram em 9.575 prisões, 2.411 kg de drogas apreendidas, 1.711 veículos recuperados e 1.401 armas retiradas de circulação. Desde a ligação, o operador direciona a ocorrência para o batalhão responsável com base no endereço informado. Situações graves são tratadas com prioridade, e a viatura é despachada imediatamente, enquanto perguntas adicionais complementam os dados para garantir um atendimento eficiente. Cada detalhe é importante e o tempo de resposta é essencial para salvar vidas.

Copom Mulher: empatia e acolhimento

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Foto: Afonso Ventania / Bikerrepórter / Jornal de Brasília

Para oferecer um atendimento mais humanizado e eficaz às vítimas de violência doméstica, a PMDF implementou o programa Copom Mulher. Desde sua criação, em 2024, o programa já atendeu milhares de mulheres. Muitas acabam optando por registrar boletim de ocorrência. O atendimento especializado não apenas agiliza o envio de viaturas, mas também oferece suporte emocional e orientação às vítimas, conectando-as à rede de apoio oferecida pelo governo.

Uma das agentes femininas capacitadas para lidar com casos de violência doméstica é a sargento Elaine Lucas que está no Copom Mulher desde o início. Depois de servir durante 34 anos ativamente na corporação, ela foi para a reserva remunerada até decidir voltar para cumprir a missão de reduzir os crimes contra as mulheres, sobretudo, os feminicídios.

“Aprendemos muito com a experiência, afinal, cada mulher tem uma necessidade. Aqui mostramos à elas os direitos que elas têm e que muitas infelizmente não conhecem, seja por desinformação ou por estarem diretamente envolvidas emocionalmente com os companheiros. Então aprendemos dia a dia com cada ocorrência e aprimoramos nosso conhecimento para repassá-lo a quem precisa”, diz Elaine.

A militar diz ainda que, apesar de ser mulher, ela não se permite afetar pelos casos que atende diariamente. “Aqui nossa responsabilidade, como policial, é oferecer suporte para as mulheres e fazer com que se sintam seguras para representar contra seus agressores. É preciso separar as coisas e não levar a carga emocional para casa”, completa.

O chefe do Copom, tenente-coronel Zairo, diz que o Copom Mulher é prioritário com a consequente redução de feminicídios. “Nossas policiais são capacitadas para mostrarem às vítimas novas possibilidades de saírem de uma situação de violência emocional, física ou psicológica”.

Trotes

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Foto: Afonso Ventania / Bikerrepórter / Jornal de Brasília

Infelizmente, o Copom ainda recebe trotes ou ligações indevidas. Essas chamadas comprometem a eficiência do serviço, desviando recursos que poderiam ser destinados a situações reais de emergência. O envio de viaturas para ocorrências inexistentes pode atrasar o atendimento a quem realmente precisa.

O major Nataniel destaca que há lei para punir esse tipo de comportamento. “A lei 44.427/2023 trata das punições por acionamento indevido dos serviços telefônicos de atendimento de emergência, combate a incêndios e ocorrências policiais”. Segundo a norma, multas administrativas fixadas entre um e três salários mínimos poderão ser aplicadas para quem passar trote e, em caso de menores, as sanções legais são direcionadas aos responsáveis.

A colaboração da população é essencial para manter a eficiência do serviço. Evitar trotes e utilizar o número 190 de forma responsável garante que os recursos estejam disponíveis para quem realmente precisa de ajuda.

Tecnologia e Eficiência

O Copom utiliza ainda tecnologias avançadas, como sistemas computadorizados de despacho de ocorrências, câmeras de videomonitoramento e ferramentas de geolocalização, para otimizar o atendimento e aumentar a eficiência. Essas ferramentas permitem que os operadores acompanhem em tempo real a localização das viaturas e a movimentação nas ruas, agilizando o envio de equipes para as áreas mais críticas.

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