BRUNO LUCCA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após quase 3 horas, chegou ao fim o sequestro de um ônibus em Itaquera, na zona leste de São Paulo, na noite desta quarta-feira (30). Um homem mantinha o motorista refém, fazendo ameaças com uma faca de cerca de 40 cm, mas, após negociação com oficial do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), ele se entregou às 20h08.
Todos os passageiros foram liberados do veículo, que faz a linha 407L-10 (Barro Branco – Guilhermina Esperança) e ficou parado de travessa na Radial Leste.
Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública) do estado, a Polícia Militar, o Gate e o Corpo de Bombeiros foram acionados para negociarem a rendição do sequestrador.
A empresa Express Transportes Urbanos, que opera a linha, identificou o homem como um ex-funcionário, que estaria insatisfeito por uma demissão. Ele era cobrador.
“Segundo informações apuradas pelas equipes no local, o indivíduo teria pedido demissão há cerca de um mês, após vivenciar conflitos de ordem pessoal e emocional, agravados por dívidas com agiotas. Ele possui histórico de uso de entorpecentes, mas não há indícios de vínculo direto com a vítima”, informou, em nota, o Comando de Policiamento de Choque.
Em contato com os agentes do Gate, o agressor havia pedido a presença de um advogado, que chegou às 19h50. No entanto, ele desistiu de falar com o defensor público, voltando a negociar com o Gate. Mas logo depois ele desistiu e se entregou, sendo algemado e preso em flagrante.
“Após intensas tratativas, o causador foi convencido a soltar o refém e se render voluntariamente, sendo contido de forma segura pelas equipes especializadas. O motorista foi resgatado sem ferimentos, graças à atuação precisa, técnica e coordenada dos policiais militares”, informou o Gate, em nota.
De acordo com informações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego, houve o bloqueio total da avenida Doutor Luís Ayres com a avenida Professor Engenheiro Ardevan Machado no sentido centro como medida de segurança desde as 17h30, quando iniciou a ocorrência.
Após a liberação da via, a CET começou a permitir a passagem de pedestres por ali, mesmo ainda com a presença de cinco viaturas da PM e do ônibus sequestrado. Vários transeuntes paravam para tirar uma foto ou perguntar para um agente se alguém tinha morrido. Não houve aglomeração de curiosos.
“Só estou preocupado com o trânsito. Quero chegar em casa ainda hoje”, disse o vendedor Rogério Maria, 45.
As vias ao redor da ocorrência realmente apresentam um tráfego mais lento, o que, segundo a companhia de trânsito, deve ser resolvido rapidamente.
Todos os presentes no coletivo no momento do sequestro foram realocados em outro ônibus da linha e seguiram suas viagens.