Os preços do petróleo caíram, nesta segunda-feira (28), devido à falta de boas perspectivas na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
Após iniciar a sessão estável, o preço do Brent do mar do Norte para entrega em junho recuou 1,51%, a 65,86 dólares o barril.
Enquanto isso, o barril de West Texas Intermediate para o mesmo mês recuou 1,54%, a 62,05 dólares.
“A situação, em particular no que diz respeito às tarifas alfandegárias, é mais negativa do que era esta manhã”, considerou Robert Yawger, da Mizuho USA, em declarações à AFP.
“As chances” de que uma desescalada entre as duas potências “ande sobre rodas começam a diminuir”, acrescentou Yawger.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, considerou, nesta segunda, que as tarifas americanas sobre produtos chineses não são “sustentáveis” para a China. “Talvez decidam me ligar”, afirmou.
“Vendem cinco vezes mais aqui do que vendemos lá. Somos indispensáveis para seu modelo econômico. Vender produtos baratos, subvencionados, aos Estados Unidos, é crucial para sua economia”, considerou.
A China assegurou, nesta segunda-feira, que não houve nenhum telefonema recente entre o presidente chinês, Xi Jinping, e seu contraparte americano. Esta afirmação contradiz Donald Trump, que garante ter conversado com o dirigente chinês.
As tensões comerciais entre as duas maiores economias do planeta, que também são os principais consumidores de petróleo, puxam para baixo os preços da commodity, enquanto uma distensão tenderia a aumentar a demanda de petróleo, provocando uma alta dos preços.
“Obviamente, a situação da Opep+ (Opep e seus aliados) constitui outro fator de tendência à baixa”, explica Yawger.
O cartel deve decidir, em 5 de maio, se adiciona ou não mais barris à sua oferta global a partir de junho.
“O mercado acredita que esta reunião não terminará bem”, destacou Yawger, que considera que há vários sinais de que haverá um novo aumento da produção de petróleo.
Embora “o aumento significativo da oferta de petróleo da Opep+ para maio pareça ter sido digerido” pelo mercado, a perspectiva de um novo aumento poderia afetar os preços, considerou Carsten Fritsch, do Commerzbank.
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