O acompanhamento de pacientes com diabetes vai além do controle da glicose no sangue. Segundo Bruno Bandeira, membro da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), a doença pode acarretar sérias complicações cardiovasculares, afetando diretamente a qualidade de vida dos pacientes. O cardiologista é um dos editores do manual “Diabetes e Doença Cardiovascular”, que será lançado durante o 42º Congresso de Cardiologia, nos dias 8 e 9 de maio, no Expo Mag, no centro do Rio de Janeiro. O material, que será disponibilizado no site da Socerj após o evento, aborda temas como diagnóstico, avaliação de risco, tratamento personalizado, comorbidades e estratégias de acompanhamento.
Bruno Bandeira ressalta que o surgimento de novos medicamentos no tratamento do diabetes, capazes de reduzir riscos cardíacos, trouxe mudanças significativas na abordagem terapêutica. Ele explica que o tratamento não deve mais focar apenas na glicose, mas sim em um cuidado global com o paciente, buscando também prevenir complicações no coração. A integração entre o controle do diabetes e a proteção cardiovascular se tornou um dos pilares da nova visão médica.
O endocrinologista Saulo Cavalcanti, subcoordenador do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), reforça que o diabetes é um dos maiores desafios da saúde pública, tanto no Brasil quanto no mundo. Cavalcanti alerta para fatores como o alto custo do tratamento, a falta de informação e a baixa adesão dos pacientes, que dificultam o enfrentamento da doença de maneira eficaz.
Segundo a pesquisa Vigitel Brasil 2023, a prevalência do diabetes no país é de 10,2%, o que corresponde a cerca de 20 milhões de brasileiros, um aumento em relação aos 9,1% registrados em 2021. O estudo também aponta que o diagnóstico é mais frequente entre mulheres (11,1%) do que entre homens (9,1%). Além disso, Saulo Cavalcanti explica que 8% dos casos de diabetes são do tipo 1, enquanto 90% correspondem ao tipo 2, reforçando a necessidade de atenção diferenciada para cada perfil da doença.
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