Linguagens visuais do mundo se encontram na exposição Frequências Urbanas

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A Caixa Cultural Brasília inaugura, em abril, a exposição Frequências Urbanas – uma voz única no diálogo coletivo, que reúne artistas brasileiros e internacionais em uma celebração da arte urbana. A mostra ficará em cartaz até julho de 2025 e propõe um espaço de intercâmbio artístico e cultural, promovendo um diálogo sobre identidade, resistência e esperança por meio da arte das ruas.

A iniciativa surge como desdobramento da bem-sucedida Street Art – Um Panorama Urbano, realizada há 10 anos.

Agora, sob a curadoria de RERO, artista e curador francês, a proposta é ampliar o olhar sobre a cena global da arte urbana e sua potência como ferramenta de expressão coletiva.

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Hero. Foto: Divulgação

A exposição se posiciona como uma encruzilhada vibrante onde diferentes vozes e culturas se encontram. Cada artista traz sua própria perspectiva, mas todos participam de um mesmo diálogo coletivo — afirma RERO. Para ele, o impacto das obras vai além da estética, tocando temas urgentes como mudanças climáticas, ancestralidade e desigualdade social.

É uma forma de envolver a cidade e tornar o público parte da obra. Brasília é uma capital com gente de todos os cantos do país, e queremos mostrar essa mistura em forma de arte — explica o curador e produtor Luiz Prado.

Entre os nomes internacionais, destaca-se EL Seed, artista francês-tunisiano conhecido por misturar caligrafia árabe e arte urbana em grandes murais coloridos. Seu trabalho tem como marca a busca por diálogo entre culturas, promovendo uma mensagem de união, identidade e pertencimento. Ele já pintou em fachadas de prédios em cidades como Paris, Cairo e Nova York, sempre trazendo poesia e reflexão sobre o mundo contemporâneo.

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El Seed. Foto: Divulgação

O coletivo CYRCLE, vindo dos Estados Unidos, também integra a mostra com suas obras provocativas. Formado por artistas multidisciplinares, o grupo trabalha com temas como dualidade, controle e liberdade, usando elementos gráficos impactantes e técnicas variadas, que vão do muralismo à instalação. CYRCLE é conhecido por transformar espaços urbanos em plataformas de questionamento e engajamento social.

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Cyrcle. Foto: Divulgação

Kouka, artista franco-congolês, leva para a exposição uma pesquisa visual baseada em suas raízes africanas. Seus retratos de guerreiros Bantu pintados em muros e galerias ao redor do mundo são uma forma de celebrar a ancestralidade, resistir à apagamento cultural e recontar histórias através da arte. Ele usa a imagem do guerreiro como símbolo de força, orgulho e identidade negra.

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Kouka. Foto: Divulgação

Representando o Brasil, o paulistano Cripta Djan é um dos nomes mais emblemáticos da pichação, linguagem visual típica dos grandes centros urbanos. Fundador do coletivo Cripta, ele levou a pichação dos muros da cidade para o circuito da arte contemporânea, mantendo seu caráter de rebeldia e resistência. Sua presença na exposição reforça a potência política da arte marginal e periférica.

A artista indígena Kássia Borges Karajá, do povo Iny (Karajá), incorpora sua herança ancestral em peças de cerâmica e instalações que combinam técnicas tradicionais com experimentações contemporâneas. Seu trabalho resgata memórias coletivas, saberes indígenas e o papel das mulheres na preservação cultural, trazendo uma perspectiva essencial para o debate sobre identidade e território.

Luísa Pimenta, jovem artista carioca, representa uma nova geração que une influências do grafite norte-americano com elementos da arte brasileira. Suas obras exploram feminilidade, afeto, cotidiano e questões sociais, tudo isso com uma linguagem visual vibrante e carregada de personalidade. Luísa também atua como muralista, ocupando espaços públicos com cores e histórias.

Por fim, o coletivo MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin), do Acre, apresenta obras que transitam entre o universo onírico dos cantos tradicionais do povo Huni Kuin e a estética da arte contemporânea. Seus murais e telas são marcados por grafismos e narrativas indígenas, revelando a força espiritual, cosmológica e política dos povos originários na arte urbana brasileira.

Frequências Urbanas – Uma voz única no diálogo coletivo 
Onde: Caixa Cultural Brasília: Setor Bancário Sul – Quadra 4, Lotes 3/4 – Brasília-DF
Data: Abertura: 23/04/2025 às 19h
Temporada: de 24/04 a 20/07/2025 Horário: De terça a domingo, das 9h às 21h
Acessibilidade: A exposição terá como medida de acessibilidade áudio-descrição para todas as obras
Classificação indicativa: Livre
Entrada franca

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